Entidade deve entregar nesta terça ofício à senadora Tereza Cristina (PP/MS), enquanto prepara agenda também com outras autoridades em Brasília e no MS

O Sindag deve entregar nesta semana um ofício de sua presidente Hoana Almeida Santos à senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP), reforçando a disposição do setor em auxiliar no combate a incêndios florestais no Mato Grosso do Sul. Especialmente na região do Pantanal. O documento faz parte de uma ação que abrange também outras autoridades. O objetivo da entidade é não só contribuir com a resposta à emergência de agora, mas de olho também em um plano abrangente sobre esse tipo de ocorrência em todo o País. Ampliando o olhar sobre os meios do setor e conhecimentos e experiências sobre o uso das aeronaves contra chamas no Brasil (e lições de outros países), frente às perspectivas climáticas para os próximos anos.

Considerando que não só as operações contra o fogo integram as prerrogativas do setor desde os anos 1960, como em alguns Estados há anos os produtores rurais contam com os serviços de brigadas aéreas de combate a incêndio – para proteger lavouras, instalações e áreas de preservação em suas propriedades.  Ao mesmo tempo em que pilotos agrícolas brasileiros  atuam internacionalmente nesse tipo de operação.

ATUAÇÃO: quatro aviões agrícolas operam no Estado, em suporte aos brigadistas em terra. Foto: Ministério do Meio Ambiente

RECURSOS

A entrega do ofício à senadora sul-mato-grossense tem como pano de fundo o agravamento do quadro na região do Pantanal. Para onde o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) enviou na última semana quatro aviões de uma empresa aeroagrícola que tem contrato com o órgão para esse tipo de operação. As aeronaves Air Tractor (com capacidade para 1,8 mil a 3 mil litros de água) somaram-se ao Air Tractor do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (que tem capacidade para 3 mil litros).

Duas das aeronaves agrícolas chegaram no dia 22 de junho e o par restante entrou em cena no dia 24. Além disso, na última sexta (28) a Força Aérea Brasileira (FAB) enviou ao teatro de operações uma aeronave KC-390 equipada com tanques de água para combate às chamas. O modelo substituiu os antigos Hércules que faziam esse tipo de operação na FAB. Além disso, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Estado está preparando junto com o órgão (incluindo Ibama e ICMBio) um Plano Operativo Integrado, que deve ser lançado neste mês.

Enquanto isso, pelos dados do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mês de junho neste 2024 foi o de maior número de focos de incêndio no período desde 1998, quando iniciou a série histórica. A área queimada este ano no Estado (até junho) já chegou a 700.725 hectares.

Já quanto aos dados de combate aéreo a incêndios, o último levantamento do Sindag refere-se a 2021, ano em que a aviação agrícola do País lançou quase 20 milhões de litros de água, em 10,9 mil manobras de ataque às chamas em todo o País. Naquele ano, o Pantanal teve 1,35 milhão de hectares queimados em todos os meses de seca.