25 de janeiro de 2022

Sindag integra grupo de trabalho sobre incêndios no RS

Reunião marcou o início dos trabalhos visando equacionar meios e buscar recursos para prevenção e combate ao fogo em pastagens em Santana do Livramento

A criação de um grupo de trabalho para elaboração, até o próximo verão, de uma estratégia consistente contra incêndios em vegetação em Santana do Livramento. Equacionando os meios disponíveis ou alcançáveis para combate às chamas por terra e pelo ar, além da promoção de ações preventivas e, principalmente, busca recursos para implantação do plano. Esse foi o resultado da reunião via web promovida nessa terça-feira (25) pela Associação Santanense de Engenheiros Agrônomos (Aseagro) e coordenada pelo presidente da entidade, Jorge Pereira. A criação do grupo de trabalho foi sugerida pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e ele será coordenado pelo comandante do 10º Batalhão de Bombeiros Militar, em Santana do Livramento, tenente-coronel Rafael Gonçalves Pereira.

O diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, também apresentou no encontro a ideia de formação de uma brigada aérea contra incêndios no Município. Aproveitando a estrutura das empresas aeroagrícolas da região, com apoio de produtores e do poder público (a exemplo do que ocorre em Goiás e São Paulo). O encontro teve a participação do vice-prefeito em exercício, Evandro Gutebier; do vereador Maurício (Galo) Del Fabro, além do gestor da Unidade de Conservação de Ibirapuitã, Raul Coelho; o representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Leonardo Perez, o presidente do Sindicato Rural, Luís Carlos D’auria Nunes e outras autoridades.

FRENTES DE AÇÕES

Na parte de aviação, o trabalho vai abranger, por exemplo um inventário das aeronaves agrícolas existentes na região aptas para operações contra as chamas, além de capacidade de água e da localização e tipos de pistas. Para daí se avaliar, por exemplo, a necessidade de novas pistas ou ampliação de áreas de pouso. E como arcar com o custo das operações aéreas – com horas doadas pelos operadores, mais o rateio do custo por produtores ou ainda com apoio de recursos governamentais, por exemplo.

Mas há também várias outras frentes sobre as quais o grupo deve se debruçar: por exemplo, na capacitação (por parte do Corpo de Bombeiros Militar) de brigadistas – entre os funcionários das fazendas, pessoal da prefeitura e moradores. Tanto para fazer o primeiro combate em focos menores como para auxiliar os bombeiros em locais com maior área de fogo.

No quesito recursos, o tema de casa também envolve a busca de apoio junto ao Estado e governo federal – por exemplo, com maior efetivo para os bombeiros locais e a criação de uma brigada de incêndio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Unidade de Conservação de Ibirapuitã. Neste caso, com a previsão de contratação de aeronave agrícola para atender a área (como ocorre em outras áreas administradas pela entidade). A ideia é provocar também uma mobilização política, buscando recursos de emendas parlamentares e verbas para projetos de Defesa Civil.

CAMINHOS: reunião promovida pela Aseagro alinhavou uma ação de planejamento que será coordenada pelos bombeiros e envolvendo diversas entidades

RADAR

Uma reunião semelhante deve ocorrer na próxima terça-feira (dia 1º) em Alegrete. A expectativa do Sindag é de que mais municípios possam adotar ações de planejamento como esta. A fim de que toda a Fronteira Oeste se torne menos vulnerável a casos de incêndios em campos e pastagens em períodos de seca e calor extremo.

Segundo levantamento do Sindag, só nos primeiros 20 dias de janeiro seis aviões agrícolas foram responsáveis pelo lançamento de mais de 100 mil litros de água contra chamas na região. Isso em cerca de 90 manobras de ataques ao fogo, para proteger principalmente residências, instalações e rebanhos no caminho dos incêndios – quase sempre em apoio ao pessoal em terra.

“De um tempo para cá, o Rio Grande do Sul começou a aparecer de maneira significativa no mapa do Sindag sobre combate aéreo a incêndios em vegetação no Brasil. E fora da temporada do fogo no restante do País (que normalmente vai de julho a setembro)”, destacou Gabriel Colle. “Isso nos motivou a apoiar um o planejamento de ações para fazer frente a essa situação”, completou o dirigente. Colle lembrou que, no ano passado, a aviação agrícola despejou quase 20 milhões de litros de água contra focos de incêndios em todo o País, abrangendo tanto áreas de lavouras quanto reservas ambientais.

 

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