Mais fôlego para a aviação agrícola mostrar seu potencial

Mais fôlego para a aviação agrícola mostrar seu potencial

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou em abril a Circular nº 18/2018 da Superintendência da Área de Operações Indiretas (SUP/AOI), anunciando a criação do programa BNDES Agro. O documento também comunicou aos agentes financeiros os critérios e procedimentos para financiamentos, entre outras coisas, da compra de aeronaves agrícolas por parte de empresas do setor. A possibilidade de financiamento para operadores aeroagrícolas era uma das demandas levadas pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) ao Ministério da Agricultura, que fez a interlocução com o banco.

Pelas regras gerais do programa, que vai até o final de junho, os financiamentos poderão ser de até 80% dos bens e o prazo para pagamento pode ser de até 12 anos, incluído prazo de carência de até três anos. A contratação dos financiamentos será via BNDES Automático ou BNDES Finame, conforme o caso. A expectativa é de que a medida ajude a alavancar a frota aeroagrícola brasileira, que tem 2.115 aeronaves (segundo a Anac) e experimentou um aumento de 1,5% em 2017. Ano em que a safra de grãos no País teve um aumento de quase 30% em relação ao ano anterior.

Apesar da expectativa no campo para 2018 ser de leve recuo na produção – considerando que o recorde de 2017 veio principalmente das excelentes condições climáticas do ano, o setor aeroagrícola sempre apostou em seu potencial como contribuinte de produtividade. Isso pela eliminação das perdas por amassamento, não compactação do solo, velocidade e outras vantagens técnicas, além do fato de que, pela terceirização, deixa o produtor com mais fôlego para investir em outras frentes.

Porém, apesar do BNDES Agro suprir em parte uma carência que nos últimos anos impediu a aviação de crescer em ritmo mais próximo dos bons resultados do campo, ainda há um tema de casa a ser feito. Trata-se de ampliar o crédito para equipamentos importados, que completam a alta tecnologia embarcada das aeronaves. Possibilidade ventilada em uma reunião ocorrida em 18 de maio entre o Sindag e a Área de Operações Indiretas: tecnicamente é possível. Por isso, o sindicato aeroagrícola deve agora elaborar um estudo de mercado comprovando a necessidade dos equipamentos.