20 de agosto de 2020

Aviação agrícola em alerta contra as chamas no noroeste paulista

O tempo seco dos últimos dias tem ajudado a multiplicar os focos de incêndios em áreas de lavouras, onde o apoio aéreo tem sido fundamental para proteger pessoas, áreas ambientais e instalações

Pilotos agrícolas de São Paulo seguem combatendo incêndios em diversos pontos do noroeste do Estado. Na região de São José do Rio Preto, as operações ocorrem desse ontem em áreas de lavouras de cana-de-açúcar. As chamas são combatidas em terra por pessoal e caminhões pipas das próprias usinas sucroalcooleiras. Além de resfriar a linha de frente e permitir a aproximação das equipes, os aviões servem para proteger o pessoal em solo, além de segurar as chamas mais próximas de áreas de preservação.

“A prioridade são sempre: primeiro as pessoas, segundo o meio ambiente e terceiro a lavoura”, explica o empresário Marcelo (China) Amaral, da Pachu Aviação Agrícola, de Olímpia. Segundo ele, há momentos em que os aviões atendem diretamente até a beira das rodovias, tanto para evitar acidentes de trânsito pela falta de visibilidade quando para impedir que elas acabem fechando – a exemplo do que ocorreu nessa quarta na Via Anhanguera, que chegou a fechar em Ribeirão Preto.

Só nesta quinta-feira (20), um avião Air Tractor AT-402 da Pachu realizou cerca de 20 lançamentos contra as chamas. Ontem (quarta) a aeronave já havia sido fundamental para impedir que uma linha de fogo avançasse até um haras com diversos cavalos.

FOCOS

Ainda na região entre Catanduva e Rio Preto, a Imagem Aviação Agrícola também realizou combate a incêndio em vegetação nesta quinta-feira (20). Conforme o empresário Jorge Humberto Morato de Toledo, foram quase quatro horas e meia de operação, com 26 lançamentos de água. A empresa também atendeu chamados de usinas de cana nos dias 12 e 14 de agosto. Nos três dias, seus aviões lançaram mais de 140 mil litros de água contra focos de incêndio.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional das empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Thiago Magalhães Silva, a umidade do ar caiu muito e o vento aumentou nos últimos dias no interior paulista, o que favorece muito a ocorrência de incêndios. Empresário da Tangará Aeroagrícola, de Orlândia (próximo a Ribeirão preto), Magalhães conta que que na quarta-feira um avião da empresa fez 14 lançamentos contra chamas, em um acionamento no final da tarde. Já nesta quinta, eram três aeronaves atendendo equipes em incêndios em um raio de 150 quilômetros da base. Apenas um dos aviões havia registrado 26 lançamentos de água contra fogo.

A temporada de incêndios florestais no Brasil normalmente vai de julho a setembro, mas ele nota que tem aumentando a demanda por aviões agrícolas nessas operações. Normalmente, contratados por usinas e fazendeiros. “Os produtores estão percebendo a importância do avião para tornar o combate mais eficiente e rápido, ajudando a proteger suas equipes em solo, as instalações e áreas verdes. Além de diminuir os danos às lavouras há o apelo ambiental, pelo risco do fogo atingir flora e fauna silvestre.”

Tempo seco em São Paulo tem favorecido incêndios e exigido mais presença da aviação nas operações contra fogo

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