27 de fevereiro de 2020

China envia técnicos ao Paquistão para estudar maneiras de combater de gafanhotos

Surto de insetos começou na África, chegou ao Oriente Médio e é o maior em 30 anos no país, que conta com uma frota de apenas três aviões agrícolas para combater a praga

Depois de anunciar que enviaria 100 mil patos para combater o surto de 400 bilhões de gafanhotos que estão chegando ao País pela fronteira com o Paquistão, o governo da China enviou nesta semana técnicos ao país vizinho para tentar ajudar a controlar a maior praga desse tipo em 30 anos em seu território. Os especialistas chineses foram ao Paquistão para avaliar a situação e oferecendo a possibilidade de ajuda com inseticidas e tecnologia de pulverização aérea.

Desde janeiro, o Paquistão já teve perdas de 80 mil hectares de plantações e, no dia 1º de fevereiro, declarou emergência nacional devido à praga. A declaração de emergência ocorreu na mesma semana em que a Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) discutiu a necessidade de US$ 76 milhões para combater o surto de gafanhotos na região do Chifre da África – o pior dos últimos 25 anos na Somália e Etiópia e o maior desde 1950 no Quênia.

A FAO admitiu que o controle aéreo é o único meio eficaz para reduzir os números de gafanhotos, considerando a escala atual da praga entre o leste da África uma parte do Oriente Médio e oeste da Ásia. No entanto, a frota aeroagrícola paquistanesa se resume a três aviões, que estão sendo usados no esforço para pulverizar 20 mil hectares mil hectares. A pressa agora é para traçar uma estratégia até abril, quando especialistas estimam que deva eclodir uma nova geração de insetos.

MUDANÇA CLIMÁTICA

Segundo a ONU, o aumento na incidência de gafanhotos começou a se desenhar no final de 2018. O estaria ligado ao chamado Dipolo do Oceano Índico (também conhecido como El Niño do Índico). Fortalecido, segundo especialistas, pelas mudanças climáticas,no segundo semestre do ano passado ele teria tornado a Austrália muito mais seca, enquanto países como Quênia, Somália e Etiópia se tornam mais úmidos e mais hospitaleiros aos insetos.

Resultado: os grandes incêndios que desde o ano passado castigam os australianos (e que também contam com aviação para seu combate) e os surtos de gafanhotos que estão destruindo a produção de alimentos em áreas que já sofrem com a fome.

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