2 de junho de 2022

EUA: demanda por serviços aeroagrícolas seguirá crescendo em 2022

Entidade do setor no país lançou ferramenta para produtores em busca de serviços aeroagrícolas, enquanto aposta em incremento nos US$ 37 bilhões que o uso da aviação gera anualmente na produtividade do setor primário norte-americano

 

Depois de um 2021 onde 56% dos operadores aeroagrícolas norte-americanos voaram mais horas ou trataram mais hectares do que no ano anterior, a Associação Nacional de Aviação Agrícola dos Estados Unidos (NAAA, na sigla em inglês) aposta em novo aumento na demanda por aplicações aéreas em lavouras em 2022. Por conta disso, a entidade lançou uma ferramenta de busca em seu site para produtores rurais que queiram contratar operadores aeroagrícolas em sua região.

Pela página Find a Aerial Applicator (encontre um aplicador aéreo), o produtor rural precisa indicar apenas sua cidade ou código postal para ter acesso ao contato das empresas em sua região. O agricultor também determina o raio de sua busca, de 25 milhas (40 km) a até 250 milhas (400 km).

Além de ser associada à NAAA, o operador aeroagrícola que quiser figurar entre as opções da ferramenta para possíveis novos clientes precisa também se comprometer a seguir o Código de Conduta da entidade.  Que abrange desde ética, profissionalismo e segurança nas operações até transparência e tratamento cortês com o público e proatividade em ações de educação para combater desinformações sobre o setor. 

IMPORTÂNCIA: atuação do setor aeroagrícola nas lavouras dos EUA geram um incremento de US$ 37 bilhões anuais no setor primário do país – foto: Peter J. Markham/Flickrs

CRESCIMENTO

Para a NAAA, a carência de alguns suprimentos e o alto preço dos insumos para lavouras serão fatores determinantes para manter a curva ascendente na procura por serviços aeroagrícolas. Justamente a oportunidade para os operadores aéreos apostarem nas credenciais de quem tem ferramenta de maior eficiência e que melhor ajuda a maximizar a produção.

“Com tudo o que está acontecendo no mundo, incluindo questões de abastecimento de alimentos, a aplicação aérea será vital este ano”, assinala o diretor-executivo da NAAA, Andrew Moore. A referência de Moore (em matéria no site da instituição) abrange especialmente as consequências globais da guerra na Ucrânia – com problemas de oferta e demanda de insumos e alimentos. Segundo lideranças da NAAA, só nas aplicações de fungicidas, a aposta captada na indústria química dos EUA é de um incremento de 20% na demanda em 2022.

A maior demanda para os operadores em 2022 também deverá impulsionar o valor que a aviação agrícola agrega anualmente à economia dos Estados Unidos, estimado em 37 bilhões de dólares, segundo estudos divulgados ano passado pela Texas A&M University. O valor considera, além do ganho em produtividade com a eficiência da ferramenta aérea, o reflexo disso sobre outros elos da cadeia do agro (transporte, armazenamento e processamento, por exemplo). O que quer dizer que, segundo a pesquisa, só da porteira para dentro, a atuação do setor aeroagrícola rende diretamente nada menos do que US$ 23 bilhões ao ano para as contas do Tio Sam.

Segundo a entidade coirmã do Sindag na terra do Tio Sam, os operadores aeroagrícolas estadunidenses tratam em média 51 milhões de hectares de lavouras por ano – cerca de 28% do total de aplicações no País O número não abrange os 3,2 milhões de hectares de pastagens ou os 2 milhões de hectares de florestas também atendidos pela aviação agrícola.

E, claro, também não consideram os 2,1 milhões de hectares cobertos anualmente por aplicações aéreas contra mosquitos – em áreas urbanas e rurais. Uma prática, aliás, que desde a década de 1940 faz parte das estratégias governamentais de prevenção e combate a doenças no país.

ESTATÍSTICAS DA FROTA

Os dados da NAAA também apontam que 84 por cento das aeronaves agrícolas utilizadas nos Estados Unidos são de asa fixa; os 16% restantes são aeronaves de asa rotativa (helicópteros). Da frota combinada, 81% são movidos a turbina e 19% têm motores a pistão.

Sobre aeronaves efetivamente atuando em operações aeroagrícolas, o último levantamento da NAAA apontou 3.120 aviões e helicópteros em atividade em 2019. Menos do que os 3.335 aparelhos apurados em 2018. Porém, como são dados do período anterior à pandemia da Covid-19 (a partir da qual houve aumento da demanda por produtos agrícolas), a tendência é que essa queda (de 2018 para 2019) tenha se revertido. A Associação norte-americana abrange entre seus associados 1.560 empresas/operadores aeroagrícolas e 2.028 pilotos agrícolas.

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