19 de maio de 2023

GO: Sindag se posiciona contra a federalização de aeroportos do interior

Preocupação da entidade aeroagrícola é com as taxas da Infraero, que poderiam chegar a R$ 120 mil mensais só em pousos e decolagens para um pequeno operador atuando na safra   

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) enviou ofício ao presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Lucas Vissotto Júnior, manifestando preocupação com a notícia de que o Estado se preparar para federalizar 13 aeroportos de Goiás. A notícia sobre a entrega dos aeroportos foi ventilada pela imprensa nesta quinta-feira (18) depois do governador Ronaldo Caiado ter se encontrado com o presidente em exercício, Geraldo Alckmin e com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. O próprio governador Caiado também publicou a informação em suas redes sociais.  

A preocupação do Sindag é com os altos custos que a medida acarretaria para os operadores aeroagrícolas do Estado. Isso devido às taxas normalmente cobradas pela Infraero por cada pouso, além do estacionamento e pernoite das aeronaves nos aeroportos administrados pela Estatal. Ainda mais considerando o ritmo intenso de operações das aeronaves agrícolas na época de safra – chegando a uma média diária de 40 pousos e decolagens cada, no circuito entre abastecimento e aplicações nas lavouras.

Considerando as tarifas médias da estatal, somente nas operações em lavouras e levando em conta só pousos e decolagens nos pequenos aeroportos (sem considerar as outras tarifas da permanência do avião no aeroporto), a conta seria algo em torno de RS 120 mil a cada mês. O que prejudicaria também o combate a incêndios no período da estiagem (na entressafra). Atividade em que o setor aeroagrícola no Estado também atua forte todos os anos.

REFLEXO NEGATIVO

“Essa medida inviabilizaria o trabalho das aeroagrícolas e isso refletiria negativamente na própria produção agrícola do Estado, já que a aviação é essencial para a diminuição de custos de produção e ganho em produtividade”, destaca o presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva. Isso porque, além de evitar o amassamento (já que o avião não roda sobre a lavoura), a rapidez e precisão da aplicação aérea reduz o uso de insumos na plantação (prevenindo a necessidade de reaplicação). Sem falar que os aviões precisam de oito vezes menos água no preparo dos defensivos.   

O ofício do Sindag foi enviado ao governo ainda na tarde desta quinta. No documento, Thiago Silva lembra que Goiás possui a quarta maior frota aeroagrícolas do País, com mais de 300 aeronaves. Parte delas pertencentes aos próprios produtores rurais. O presidente da entidade também chama a atenção para o fato de que a Procuradoria do Estado sugeriu a abertura de novo prazo para interessados em administrar os aeroportos apresentarem suas propostas. O dirigente também pontuou que “o Sindag está à disposição pra ajudar na busca de uma alternativa para a questão”.

INCÊNDIOS: além do trato de lavouras, atividade aeroagrícola no Estado é intensa também na proteção de lavouras e biomas contra as chamas – atividades que passariam a ser excessivamente oneradas com tarifas federais em cada pouso e decolagem

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