13 de maio de 2022

Índia e Quênia: aviação agrícola deve acelerar reflorestamento

O uso de aviões e drones para semeadura de florestas entrou em pauta em países que precisam acelerar a recuperação da cobertura vegetal em seus territórios

Na Índia, o piloto, ambientalista e ex-inspetor sênior de operações de voo da Diretoria de Aviação Civil do País Parveen Singh Tung defendeu no final de abril a reabertura da Diretoria de Aviação Agrícola da Índia. Em entrevista ao jornal The Tribune, editado em Chandigarh – capital dos Estados de Punjabe e de Haryana, no noroeste do país, ele que a ideia é o órgão se encarregar das operações de semeadura de árvores principalmente em áreas de difícil acesso. A Diretoria funcionou até 1994 e por décadas teve principalmente a missão de combater nuvens de gafanhotos.

TUNG: indiano esteve no Canadá em 1987, aprendendo sobre semeadura aérea em missão das Nações Unidas

Segundo Tung, que esteve no órgão por cerca de uma década, nos últimos anos de existência ele chegou a autuar em semeadura. O próprio piloto e ex-inspetor foi um dos dois membros da equipe enviados em 1987 ao Canadá, para aprender sobre semeadura – em uma viagem patrocinada pelas Nações Unidas.

O piloto e ambientalista acha que a volta da Diretoria aeroagrícola proporcionaria também uma melhor proteção contra incêndios florestais, além de reforçar o combate a pragas nas lavouras. A Índia tem atualmente 23% de cobertura florestal em seu território e a meta é chegar a 33%. Não só para compensação de carbono, mas para ajudar a regular o clima e proteger recursos hídricos do país.

Em 2017, Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Mudança do Clima indiano anunciou a intenção de investir US$ 6,2 bilhões para restaurar florestas. Em quatro anos, o país conseguiu aumentar em apenas 2% sua cobertura vegetal, daí a urgência em otimizar os trabalhos.

 

Compromisso de reflorestamento
na África abrange 32 países

A secretária do Gabinete do Meio Ambiente e Florestas do Quênia, Keriako Tobiko, também destacou a semeadura por aviões e drones entre as técnicas para acelerar os trabalhos de reflorestamento. Neste caso, na Iniciativa de Restauração da Paisagem Florestal Africana (AFR100), que abrange 32 nações do continente. A fala de Tobiko foi no último dia 4, durante o Congresso Mundial Florestal, ocorrido em Seul, na Coreia do Sul.

A AFR100 tem como meta restaurar 100 milhões de hectares de florestas no território africano até 2030. A representante queniana ressaltou que, no caso de seu país, a meta é replantar 5,1 milhões de hectares nos próximos oito anos. O que significaria 10% da cobertura vegetal do Quênia. Para isso, o país precisa plantar pelo menos 2 bilhões de árvores por ano até lá – daí a importância das aeronaves.

TOBIKO: país africano se esforça para conseguir atingir 5,1 milhões de hectares reflorestados até 2030

Em sua fala no Congresso Mundial Florestal, Tobiko enumerou dificuldades como a falta de fundos para equipar totalmente os centros de sementes de árvores, vitais nos esforços de reflorestamento. A dirigente destacou que é preciso aprimorar as técnicas e germinação de as espécies nativas para se produzir mudas em escala industrial. Além disso, os países africanos precisam multiplicar as equipes que avaliam a taxa de sucesso das operações de plantio – o que torna indispensável o envolvimento das comunidades.

Além da conservação de recursos genéticos florestais, proteção das bacias hidrográficas e conservação da água, o plano africano plano abrange ainda lotes de florestas para exploração sustentável de madeira. O que tornará a iniciativa uma ação permanente no uso de tecnologias de plantio e manejo.

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