8 de janeiro de 2022

Influencer dos EUA aborda mitos e fatos sobre a avag

Michelle Miller (The Farm Babe) destaca conceitos errôneos que são comumente repetidos também no Brasil, pela falta de conhecimento da sociedade sobre o tema

“Menos de 2% da população dos EUA está diretamente envolvida na agricultura. Assim, é fácil acreditar em mitos e equívocos em uma área com a qual não se está familiarizado. Quantas pessoas já tiveram a oportunidade de conversar com pilotos agrícolas?” Com esse raciocínio que a influencer norte-americana Michelle Miller (conhecida como The Farm Babe) abre o artigo publicado na última semana no site da revista AgAir Update, esclarecendo os dez principais mitos sobre aviação agrícola nos Estados Unidos (que também existem aqui).

Confira o artigo no final do texto

Michelle lembra que (também como aqui), mesmo entre os agricultores muitas vezes há pessoas com pouco (ou nenhuma) informação sobre a aviação agrícola. Daí a importância em divulgar o setor e fazer a informação correta circular em todos os níveis. O que ela faz também em sua coluna semanal no portal Agdaily.com, na coluna mensal na revista Acreage Life e em seus canais no Facebook, Instagram, YouTube e Twitter.

Entre os mitos, ela começa o artigo (veja abaixo) chamando a atenção para um detalhe que vale para o próprio setor aeroagrícola (inclusive daqui): o termo “crop dusting”, que no Brasil seria o equivalente a pulverização aérea (ou de lavouras) – ou crop duster (pulverizador de culturas, para os pilotos). No caso “pulverização” remeteria a uma época em que se usava produtos em pó, mais perigosos e menos preciso. Logo, algo pejorativo considerando os níveis de tecnologia e segurança conseguidos hoje com o controle adequado de gotas nos produtos líquidos.

Então, o ideal, segundo ela, é usar “aerial application” (para nós, aplicação aérea). E, para os profissionais de voo, piloto agrícola (como já sempre foi no Brasil) ou aplicadores aéreos.

No mais, a Farm Babe relaciona outros “fakes” como as alegações de que as aplicações aéreas não necessárias, são inseguras e ainda por cima não seriam reguladas (quando os fatos são justamente o contrário em todas essas sentenças. A influencer também destaca o profissionalismo e alta especialização dos pilotos agrícolas e lembra ainda que mesmo a agricultura orgânica também utiliza aplicações aéreas – no caso, de produtos orgânicos, que também compõem o mix de opções para a sanidade das lavouras.

Da cidade ao campo e às redes sociais
Detalhe interessante, apesar de ter na fazenda dos avós no Estado de Wisconsin, na hora de ir para a faculdade Michelle contrariou seu teste vocacional (que a mantinha no campo) e foi estudar Moda. Depois de formada, chegou a trabalhar para a Gucci em Beverly Hills, na Califórnia, e passou anos em Chicago, onde adotou um idealismo alimentar orgânico e criticando o agro.

Michelle ainda teve oportunidade de viajar pelo mundo e, aos 30 anos, já havia estevado em 67 países, nos sete continentes, quando acabou se fascinando com as culturas e pelo aprendizado “de onde vem nossa comida”. Quando morou por oito anos com um namorado que era agricultor em escala comercial em Iowa, resolveu criar o site The Farm Babe e ir para as redes sociais desvendar mitos e verdades sobre a agricultura moderno, com tudo o que havia prendido. “Comecei a desmascarar os mitos em que acreditava como uma ex-garota da cidade”, comenta, em sua página de apresentação. Atualmente, ela reside em uma propriedade de 6,9 hectares na Califórnia. Onde segue em contato com lideranças do agro e aprendendo sobre o setor, para ajudar a combater a desinformação da sociedade sobre o tema.

CURIOSIDADE:
Em julho de 2020, um artigo de Michelle ajudou a fazer a rede mundial Burger King corrigir uma campanha em que a marca simplesmente chamou a indústria de carne bovina de problema, ao sugerir que seus fornecedores adicionassem erva-cidreira à ração do gado, com o intuito de diminuir a emissão de gases do efeito estufa. O problema é que a campanha se baseou em um estudo inconclusivo, realizado em escala inadequada e não publicado – sequer terminado.

Além disso, o “cardápio” que seria exigido pela rede a seus fornecedores mais do que dobraria o custo da ração (apesar da adição de apenas 2% a 3% de erva-cidreira para diminuir o gás metano gerado na digestão dos bovinos. Para completar, a ideia era deixar o gado menos flatulento, quando a maior emissão de gás se dá, na verdade, pelos arrotos dos animais.

Depois de chamar a atenção da rede fast food em suas redes sobre o disparte, a influencer recebeu os executivos da Burger King – um deles o brasileiro Fernando Machado, que na época coordenava as estratégias de marketing mundial da rede – para um tour por fazendas de gado no Iowa e Winsconsin. Depois das visitas no velho estilo “conheça antes, para não falar besteira”, a rede pediu desculpas pelo escorregão e abandonou o projeto.

Confira o artigo de Michelle Miller sobre fatos e mitos da aviação agrícola na AgAir Update:

Shareable Ag Aviation Myths Debunked

Comments

wonderful comments!