15 de novembro de 2020

O setor sucroenergético investiu mais de R$ 600 milhões contra incêndios em canaviais este ano

Estimativa é do Programa Cana IAC, a partir de amostragem junto a 93 usinas em oito Estados, abrangendo 3,3 milhões de hectares, 1/3 das lavouras de cana do País

Segundo o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o setor sucroenergético brasileiro teria investido este ano cerca de R$ 690 milhões em ações de prevenção e combate a incêndios em canaviais pelo País. A estimativa veio da amostragem feita pelo Programa Cana IAC em dados de 93 usinas, abrangendo 3,3 milhões de hectares de cana na região Centro-Sul do País. O levantamento de dados ocorreu entre 28 de setembro e 5 de outubro e o resultado foi divulgado na última semana pelo governo paulista (veja AQUI).

O índice de investimento contra as chamas foi elaborado pelo IAC devido ao número expressivo de incêndios verificados este ano em lavoura de cana. Os valores levantados abrangem desde ações educativas para prevenir queimadas até os recursos colocados em operações contra incêndios – inclusive a contratação e aeronaves agrícolas para combate às chamas.

MÉDIAS

No total, as ações contra o fogo teriam mobilizado em torno de 16 mil funcionários de fazendas e usinas. “As informações levantadas demonstram o enorme esforço realizado pelas unidades produtoras na prevenção e controle de incêndios nos seus canaviais”, avalia o consultor do Programa Cana IAC, Rubens Braga Junior. Sobre o investimento por hectare, os números variam de acordo com a região produtora. Na média, o investimento contra incêndios no Centro-Sul foi de R$ 69,42 por hectare e a região foi dividida em duas zonas para o levantamento.

Incêndios dentro ou próximos a canaviais também demandaram mais uso da aviação contra as chamas este ano

A parte norte abrangeu Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins e, no Estado de São Paulo, os municípios de Araçatuba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Esta, onde o clima é mais seco, o investimento médio foi de R$ 86,42 por hectare. Já a parte sul da região registrou média de R$ 44,38 por hectare, abrangendo Paraná, Mato Grosso do Sul e, no Estado de São Paulo, as regiões de Assis, Piracicaba e Jaú.

Conforme levantamento feito pelo Sindag junto às associadas, o combate às chamas em lavouras teve uma mudança de estratégia este ano, por parte das usinas quanto ao uso da aviação. Segundo relato de operadores aeroagrícolas, a demanda por apoio aéreo contra o fogo ocorreu também pelo fato de os produtores não esperarem tanto para acionar as empresas aeroagrícolas. Com o chamado mais rápido, o combate foi mais eficiente na maioria dos casos, com os focos sendo eliminados antes de ganhar mais vulto (o que demandaria mais recursos em solo e mais horas voadas contra o fogo)

No total, a aviação agrícola brasileira lançou este ano mais de 10 milhões de litros de água contra incêndios florestais no País. Dados que abrangem tanto incêndios em lavouras quanto em reservas naturais, como o Pantanal.

Comments

wonderful comments!