Distinção foi criada em 1996 pela rainha Elizabeth II, da Inglaterra, e empresário e ex-presidente da associação de aviação agrícola neozelandesa foi homenageado por campanha de segurança para o setor

O piloto de helicóptero e empresário aeroagrícola Alan Beck, de 73 anos, foi homenageado na quinta-feira (30) com a Ordem do Mérito da Nova Zelândia (ONZM, na sigla em inglês). O reconhecimento ao operador neozelandês veio pelo seu trabalho à frente do programa Dowm to the Wire – Zero Harm From the Wire. O nome é baseado em uma expressão em inglês, que perde o trocadilho na tradução, mas significa algo como Fio para Baixo (o máximo possível) – Zero Dano por Fios.

A campanha foi lançada por Beck em 2013, quando ele presidia a Associação de Aviação Agrícola da Nova Zelândia (NZAAA). O foco é fazer com que fazendeiros retirem das áreas de lavouras fios elevados que fazem a ligação de cercas elétricas ou antigas redes de telefonia ou internet. Essas estruturas são consideradas de alto risco porque quase nunca estão mapeadas ou identificadas e muitas vezes estão até sem uso. E, em todos os casos, de difícil visibilidade pelos pilotos.

Ao todo, 154 pessoas foram premiadas nas chamadas Honras de Ano Novo na Nova Zelândia. Além da Ordem do Mérito, as homenagens abrangem medalhas em várias categorias em reconhecimento a autoridades e cidadãos que fizeram algo relevante para suas comunidades.

BECK: campanha foi lançada em 2013 e tem apoio dos órgãos governamentais de aviação civil e segurança no trabalho do país – Foto: Andy Jackson/Stuff

FATALIDADES
Com 50 anos de profissão, o próprio Beck foi vítima de uma dessas redes em 1992, quando teve lesões na coluna (por sorte, sem ferir a medula espinhal) na queda de seu helicóptero após bater em um fio, durante uma aplicação aérea. A iniciativa ganhou ainda mais força em 2014, quando seu colega e amigo Peter Robb, então com 56 anos e 18 mil horas de voo, morreu ao chocar seu helicóptero contra um fio.

No total, a aviação agrícola neozelandesa registra 29 acidentes fatais por fios “invisíveis” nas lavouras no passar dos anos. A campanha acabou ganhando apoio da Autoridade de Aviação Civil do país (CAA) e da WorkSafe Nova Zelândia (órgão governamental de saúde e segurança no trabalho). Atualmente, o país tem cerca de 65 empresas de aviação agrícola, com 116 aviões e 190 helicópteros realizando operações em lavouras.

A premiação de agora ao diretor da Beck Helicopters, na cidade de Eltham, na região de Taranaki, não é novidade. Ele já havia ganho em ganho em 1989 a Medalha de Serviço da Rainha (vale lembrar que o país pertence à Comunidade Britânica, onde quem reina é Elizabeth II, da Inglaterra), por serviços de busca e resgate com helicóptero.

Na mesma época ganhou a medalha de bravura da Royal Humane Society, pelos mesmos resgates. Em 2017, ele foi o principal piloto de combate às chamas no incêndio que consumiu 1,6 mil hectares de vegetação em Port Hills.

Mas Beck garante que o trabalho que mais lhe dá orgulho é mesmo a campanha iniciada quando ele presidia a NZAAA. No caso da Ordem do Mérito, trata-se de uma premiação instituída em 1996 por um Mandado Real. A ONZM é concedida àqueles “que, em qualquer campo de esforço, prestaram um serviço meritório à Coroa e à nação ou que se destacaram por sua eminência, talentos, contribuições ou outros méritos”.

* Com informações do portal de notícias Stuff e do jornal NZ Herald