30 de agosto de 2022
RS: Mapa e Sindag promovem encontro sobre o Sipeagro
Representantes mais de 50 empresas e dois operadores privados acompanharam o passo a passo da ferramenta para cadastro e envio de relatórios operacionais
– confira os áudios na reportagem
Representantes de 55 empresas de aviação agrícola e dois operadores aeroagrícolas privados participaram, na quinta-feira (25), de um encontro para esclarecer dúvidas sobre o cadastramento e envio de relatórios operacionais via Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro). A reunião foi na sede da Superintendência Federal de Agricultura (SFA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Porto Alegre e ocorreu em parceria com o Sindag. Conforme a entidade aeroagrícola, após o encontro presencial no Estado que lidera o ranking de empresas do setor, o próximo passo será uma versão online do evento, que deve ser marcada para abranger todo o País.
O Sipeagro é a plataforma digital do Mapa que está substituindo o processo em papel da aviação agrícola junto ao órgão – tanto o envio dos relatórios de cada operação aeroagrícola em campo, quando o próprio registro dos operadores. A reunião da última quinta foi coordenada pelos auditores fiscais agropecuários Ricardo Furtado e Lucas Fernandes de Souza – respectivamente, das SFA/Mapa de Porto Alegre e São Paulo.
PROGRAMAÇÃO
A movimentação teve pela manhã a palestra de Lucas Souza mostrando os procedimentos para cadastramento das empresas e operadores privados junto ao Sipeagro e o passo a passo para envio dos relatórios operacionais pela plataforma. Já a parte da tarde havia sido reservada a quem quisesse um atendimento individual, aproveitando para navegar pela ferramenta com auxílio dos técnicos. “Como ninguém ficou, entendemos
que as dúvidas foram sanadas na parte da manhã. Mas deixamos os nossos contatos à disposição para quem ainda tiver alguma dificuldade”, explicou Ricardo Furtado.
O auditor considerou boa a participação dos representantes de empresas (que prestam serviços aeroagrícolas para produtores), porém, fraco o comparecimento dos operadores privados (produtores ou cooperativas que têm seus próprios aviões agrícolas). O Rio Grande do Sul tem a segunda maior frota aeroagrícolas do País, com mais de 400 aviões em operação no setor. Na prática, quase 80% das cerca de 70 empresas aeroagrícolas do Estado estavam representadas no encontro, ao passo que só 10% dos cerca de 20 produtores que têm seus próprios aviões (segundo registros do Mapa) se fizeram presentes.
Confira a fala do auditor Ricardo Furado sobre o evento…
…além da fala do palestrante, Lucas Souza…
…e do diretor operacional do Sindag, Cláudio Júnior Oliveira
PRAZO FATAL
Por isso, a meta da SFA/RS agora é entrar em contato com quem não foi ao encontro, especialmente os privados. “Os operadores (privados ou empresas) têm até 31 de dezembro para fazerem seu registro junto ao Sipeagro”, alerta Furtado. Quem não se cadastrar até lá na plataforma eletrônica terá seu registro junto ao Mapa cancelado a partir de 1° de janeiro de 2023. “Esse prazo não deve ser adiado, já que foi prorrogado uma vez – originalmente era 30 de maio”, assinala o auditor do Mapa no Rio Grande do Sul.
Participação foi considerada boa
O auditor Lucas Souza também destacou a boa a participação dos empresários gaúchos no encontro em Porto Alegre. Ele aproveitou para contextualizar a história do Sipeagro, cujo sistema já era utilizado, por exemplo, para o controle de fertilizantes e de bebidas. “O módulo Aviação Agrícola vinha sendo preparado há 10 anos e agora está efetivado”, explicou. “Fizemos um passo a passo com o pessoal de como se faz o registro, principalmente a documentação que precisa, de que forma essa documentação tem que ser encaminhada e assim por diante”, completou Souza. Ele também insistiu que os operadores não deixem para regularizar tudo na última hora. “Todo sistema de informática é passível de falhas, especialmente se houver sobrecarga de acessos no último dia, como já ocorreu até com a Receita Federal no sistema de envio do Imposto de Renda”, alertou.
O encontro havia sido articulado em parceria com o Sindag, diante das dificuldades manifestadas por operadores (tanto junto à SFA quando à entidade aeroagrícola) sobre a navegação no Sipeagro. Além de esclarecer as dúvidas dos operadores aeroagrícolas (empresas e privados), Souza também ministrou, no dia anterior, um treinamento para Furtado e mais dois colegas da Superintendência gaúcha do Mapa – a fim de que também possam auxiliar quem tiver dificuldade de navegar pela ferramenta.
Por conta disso, os agentes também divulgaram os e-mails e contatos para os operadores tiverem alguma dificuldade ou dúvida sobre a navegação no Sipeagro:
lucas.fsouza@agro.gov.br
ou pelo fone (19) 3422-9505
ricardo.furtado@agro.gov.br
cleber.afonso@agro.gov.br
jose.botton@agro.gov.br
ou pelo (51) 3086-2915
Além disso, no site do Mapa há um passo a passo para o Sipeagro, acessível clicando AQUI
Digitalização é tendência
para todo o mercado
Para o diretor operacional do Sindag, Cláudio Júnior Oliveira, o grande passo a partir de agora é as empresas aeroagrícolas incorporarem a plataforma do Sipeagro como um processo natural em suas rotinas. Dentro de uma tendência de digitalização que vale para todo o mercado. “Mesmo que o assunto já tenha sido discutido e mesmo após diversas lives realizadas com o Mapa, muitas dúvidas ainda existem. Seja por inconsistências ou mesmo falhas no servidor (de internet) – possíveis em qualquer sistema. Daí a boa participação em Porto Alegre”, ponderou o dirigente. “Aliás, muitas empresas no Brasil também fizeram contato solicitando que a reunião fosse online”, completou, reforçando que a demanda será atendida.
Oliveira também lembrou outro aspecto importante da digitalização dos relatórios. “Atualmente, não temos dados do Ministério da Agricultura sobre a quantidade e tipos de produtos aplicados no Brasil, semeadura e outras informações importantes para melhorarmos a gestão do setor. Com a digitalização dos relatórios através do Sipeagro, esses dados serão mais facilmente acessíveis.”
De fato, apesar de historicamente ser a única ferramenta para o trato de lavouras com regulamentação específica e altamente controlada (por isso mesmo também a mais segura), os dados dos relatórios operacionais do setor, até então feitos em papel, nuca tiveram suas informações processadas. Obrigatórios desde os anos 1980, esses documentos são feitos a cada operação em campo, com os originais ficando na empresa (o que ainda permanece valendo) e seus resumos enviados mensalmente ao Mapa. Com informações como localização e dimensão da área tratada, tipo de lavoura, produto aplicado, forma de preparo, identificação da equipe envolvida em campo, condições meteorológicas e outros dados.
Com isso, mais do que aperfeiçoar a transparência da aviação agrícola, a plataforma digital do Ministério será importante também para a gestão e construção de políticas para o setor. De um lado, ajudando o Sindag a ser mais assertivo em seus projetos de melhoria contínua da atividade. De outro, com a sociedade percebendo melhor a segurança e o papel da aviação agrícola para a produtividade e sustentabilidade no campo.