6 de janeiro de 2022
Serviço Florestal dos EUA fará aplicação aérea de herbicida em reserva
Uso de aeronaves tripuladas e drones servirá para proteger a Floresta Nacional de Bighorn, no Wyoming, contra pastagens invasoras e propagadoras de incêndios
O Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS, na sigla em inglês) segue preparando a execução de um plano de aplicações aéreas de herbicida na Floresta Nacional Bighorn, no Estado do Wyoming, no oeste do país. O objetivo das operações é eliminar espécies invasoras de capim, especialmente os do tipo ventenata e cabeça de medusa. Nos dois casos, trata-se de coberturas que ocupam o lugar de pastagem nativa com um tipo de capim agressivo e que, no verão, secam mais rápido. Com isso, eles acabam preenchendo grandes áreas como combustível para incêndios na estação quente e seca, aumentando o risco para todo o parque.
Conforme o especialista em manejo de pastagem da USFS Thad Berrett, a aposta na aplicação aérea é garantir uma maior cobertura em menos tempo, inclusive em áreas de difícil acesso por terra. “Estamos considerando diferentes opções, de drones a helicópteros”, comentou, em declaração à Rádio Pública do Wyoming, ainda em dezembro.
A Análise de Impacto Ambiental do Projeto (que esteve em consulta pública em 2021) prevê aplicações de herbicidas em 2,15 mil hectares da Floresta, que fica nas Montanhas Bighorn – situada entre as Monte Rushmore e o Parque Nacional de Yellowstone. Até o ano passado, os herbicidas eram aplicados apenas por quadriciclos e pessoal a pé, com pulverizadores costais. Berret admitiu não lembrar se alguma vez já havia sido usadas ferramentas aéreas para eliminar as espécies invasoras, mas a ideia, além de melhorar a cobertura e aumentar a segurança do pessoal em terra, é também ganhar tempo e ser econômico.
Além disso, a iniciativa tem apoio de produtores rurais que utilizam as pastagens junto á floresta. Caso do pecuarista Dan Rice. “Eu apoio a aplicação aérea de herbicidas”, comentou, lembrando as próprias pessoas que usam as áreas de trilhas e os espaços de lazer do parque também ajudam a disseminar as plantas invasoras.
A consulta pública sobre as operações esteve aberta até agosto e muitas internautas e entidades ambientais mostraram preocupação com o fato das aplicações atingirem outras espécies de plantas usadas para aves nativas fazerem ninhos, além e possíveis contaminações de cursos d´água. Segundo o gerente do projeto, todas aa manifestações foram analisadas e o plano prevê faixas de segurança de pontos ambientalmente mais sensíveis e considera também o tipo de produto a ser usado, entre outras estratégias para mitigar o risco de impacto ambiental.