27 de março de 2023

Seminário sobre aviação agrícola e florestas foi considerado um sucesso   

Evento foi promovido na última semana pelo programa BPA Brasil, promovendo troca de experiências entre especialistas e com o público, divulgando práticas sustentáveis e reforçando a eficiência das ferramentas aéreas em campo

Um verdadeiro sucesso, marcado por apresentações esclarecedoras e que deram uma real dimensão, de um lado, do potencial da aviação agrícola em termos de produtividade e segurança. De outro, do amplo horizonte de oportunidades para a tecnologia aérea no ramo de florestas. Passando ainda pela aproximação de todos os entes dos dois setores, mais a academia e o setor público, para desconstruir mitos e reforçar processos de melhoria contínua. Esse foi o resumo das avaliações sobre o seminário Aviação agrícola no setor florestal: oportunidades e desafios, ocorrido na última semana em Botucatu/SP.

O evento foi na terça-feira (21), no auditório Professor Paulo Rodolfo Leopoldo da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), marcando o Dia Internacional das Florestas. Cerca de 100 pessoas (entre estudantes, pesquisadores, técnicos e autoridades do setor) acompanharam os painéis de seis palestrantes que a apresentaram estudos e cases sobre sustentabilidade, tecnologias de aplicação aérea e inovações, além de gestão, regulamentação e ações institucionais. Culminando, na parte da tarde, com demonstrações de drones a cargo da empresa EAVision.

AUTORIDADES: encontro teve alguns dos principais nomes entre pesquisadores, técnicos e dirigentes do setor de florestas e seus ecossistemas, além das tecnologias aeroagricolas no País

A promoção foi do programa Boas Práticas Aeroagrícolas (BPA) Brasil (desenvolvido pelo Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola/Ibravag em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas/Sebrae). Com apoio do Sindag, da FCA/Unesp, Indústria Brasileira da Árvore (Ibá) e da Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas (Florestar São Paulo).

“O evento foi muito bom e com um alto nível nos debates. E as apresentações dos representantes do setor florestal, pesquisadores e startups deixaram claro que há um campo muito grande de atuação para aviões, helicópteros e drones agrícolas no setor de florestas”, destacou o diretor-executivo do Ibravag e do Sindag, Gabriel Colle. “Esse é o grande ponto: o setor precisa estar preparado para atender a essa demanda”, completou o dirigente, referindo-se justamente ao propósito do BPA Brasil – de colocar o setor em um novo patamar a partir da capacitação constante do pessoal, aprimoramento da gestão das empresas do setor e incentivo à busca contínua por novas tecnologias.

DRONES: demonstração da tecnologia de equipamentos não tripulados fechou a programação na FCA/Unesp

AVALIAÇÕES

Já o analista de Políticas Florestais e Bioeconomia da Ibá, Diego Camelo Moreira, destacou que a iniciativa demonstrou o quanto o debate a nível setorial é importante. “Aliado a estas oportunidades, temos o grande desafio no desenvolvimento e uso de tecnologias que sejam cada vez mais amigáveis ao meio ambiente, que gerem menos impactos e que garantam a eficiência das operações alinhadas com a nossa legislação e com as perspectivas de sustentabilidade de forma ampla”, destacou.

Para Moreira, a programação enfatizou “a importância a disseminação de conhecimentos e experiências acerca das possibilidades que aviação agrícola (com modernas aeronaves tripuladas e drones) oferece para o aumento da eficiência das práticas de manejo florestal de forma racional e sustentável.” Cenário reforçado ainda tanto pela presença de autoridades de órgãos reguladores, pesquisadores e dirigentes setoriais, quanto pela demonstração prática de drones no final do evento.

O compartilhamento do conhecimento e divulgação de informações foi destacada também pela diretora-executiva da Florestar, Fernanda Maria Abílio. “É um dos pilares do nosso trabalho”, sublinhou a dirigente, sobre o motivo que foi determinante para apoio da Florestar São Paulo ao seminário em Botucatu. Que, segundo ela, superou as expectativas. “Tivemos palestrantes que trouxeram, em alto nível, todo o conhecimento de anos de experiência em cada elo do sistema produtivo. Isso foi importante para que o público entendesse todo o ciclo da cadeia produtiva florestal.”

O nível técnico do debate foi destacado também pelo professor Ulisses Rocha Antuniassi. Prata da casa (da Unesp Botucatu) e uma das grandes autoridades brasileiras em tecnologia aeroagrícola, o palestrante ressaltou a abrangência das apresentações e debates também sobre a aviação dentro de um sistema integrado. “Não só a pulverização em si, mas todo o contexto em torno da utilização de drones, da tecnologia de informação, os softwares de gestão, o combate a incêndios. Ou seja, todo um arcabouço de ideias da gestão do processo fitossanitário, que vem junto com a aviação agrícola.” Nesse sentido, segundo ele (com base no feedback do público), conseguiu-se passar à plateia os desafios de implantar uma tecnologia que é inovadora e (quanto aos drones) rompe os paradigmas de alguns aspectos fundamentais das tecnologias de aplicação. Considerando uma técnica que conta com automação, trabalha com dados e tem potencial de se tornar uma ferramenta muito importante no setor florestal.

Já o caminho de duas vias do conhecimento, pela troca de experiências entre os próprios painelistas, foi salientado pelo professor Vicente Cornago, da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Botucatu.  Ele, que destacou em sua fala o uso de drones no controle biológico e reflorestamento, enfatizou “a experiência incrível de conhecer melhor o setor florestal e a importância desse segmento para a economia nacional”. Com debates extremamente informativos. “Aprendi muito com os especialistas no setor florestal e de tecnologias aéreas, que compartilharam suas ideias e conhecimentos sobre o manejo florestal responsável e sustentável. Certamente poderemos trabalhar juntos para garantir um futuro sustentável, ressaltou.

Sensações aliás que, no seminário do projeto BPA, foram compartilhadas inclusive com quem participou tendo o olhar a partir de uma entidade reguladora. Especialmente com a missão de explicar (“descomplicar”, com constou na programação) a legislação sobre aplicações aéreas. “Creio que a aviação agrícola saiu fortalecida. Especialmente em um setor florestal com ampla expansão no uso de produtos biológicos e na utilização de drones”, resumiu o agrônomo Lucas Souza, analista do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “O evento foi muito proveitoso e bem-organizado”, arrematou.

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