Medida passa a valer a partir do dia 1º, para pequenos reparos e sob orientação remota do mecânico credenciado, que precisa poder visualizar o trabalho feito e estar disponível para esclarecer dúvidas 

A partir do próximo dia 1º, entra em vigor a regra que autoriza operadores aeroagrícolas a realizarem pequenos reparos em aeronaves em campo, com supervisão remota de um mecânico credenciado. A Instrução Suplementar (IS) 145-009 Revisão C, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foi publicada no último dia 9 e atende a uma demanda antiga do Sindag. Conforme o presidente do sindicato aeroagrícola, Thiago Magalhães, a medida torna mais racional a regra. Isso à medida que diminui os riscos do operador ficar com a aeronave parada em plena safra por algum problema simples e muitas vezes em um local longe ou de difícil acesso.

Pela norma antiga da Anac, se uma aeronave apresentasse um problema simples durante as atividades de campo, ela precisaria aguardar dias ou até semanas pela chegada ao local de um mecânico com licença emitida pela Agência. Isso, ou ser deslocada por terra até uma oficina certificada. Agora os operadores poderão usar tecnologias de comunicação como videoconferência, fotografias, gravações e comunicação de voz, para que o mecânico credenciado possa supervisionar e orientar os consertos feitos por um auxiliar.

A medida chega na época certa, já que na safra aviões e helicópteros agrícolas são mais demandados. O que quer dizer grande número de pousos e decolagens e atividades intensas, onde é comum a necessidade de pequenos reparos, substituições de componentes ou manutenções preventivas.

Atividades que não podiam ser realizadas sem ter in loco um mecânico credenciado – da própria empresa aeroagrícola ou de uma oficina terceirizada. Vale lembrar que, para a supervisão ser realizada remotamente, a tecnologia de comunicação tem que permitir ao profissional credenciado observar se o trabalho foi executado da forma apropriada. Além disso, o mecânico precisa estar prontamente disponível para responder a consultas do auxiliar em campo durante a execução do trabalho.

VOO SIMPLES
A IS 145-009 Revisão C integra o pacote de medias do programa do Voo Simples lançado em 7 de outubro pelo Ministério da Infraestrutura e pela Anac. O lançamento ocorreu no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e o Sindag foi representado na solenidade pelo presidente Thiago Magalhães e pelo diretor Francisco Dias da Silva – a convite da Presidência da República. Para o programa, o governo federal fez um levantamento de 200 demandas do setor aeronáutico para impulsionar a aviação no Brasil. Dessas, foram elencadas 52 que foram incluídas nessa primeira fase da iniciativa.

No caso da aviação agrícola, outras duas ecisões anunciadas nessa primeira leva de medidas deve atender a demandas do Sindag junto à Anac e ao Ministério da infraestrutura. Uma delas, a possibilidade de se utilizar as pistas de uso agrícola também para voos de demonstração em dias de campo, feiras e exposições. Para isso, a Anac passará a considerar os voos de demonstração de equipamentos e técnicas para o campo também como atividades aeroagrícolas.

Outra demanda do setor aeroagrícola deve ser atendida com a redução da quantidade de categorias de aeronaves. O que vai ampliar o leque de atuação dos mecânicos (que precisam ser credenciados para cada categoria, mesmo sem diferenças significativas entre elas).