2 de agosto de 2024

Onze aviões agrícolas combatem as chamas no Pantanal

Sete aeronaves entraram na linha de frente nesta semana, juntando-se a outras quatro que estão desde junho na região, operadas por associadas do Sindag no apoio ao ICMBio e Defesa Civil

Pelo menos 11 aviões agrícolas estão neste momento no combate aos incêndios do Pantanal no Mato Grosso do Sul, atuando pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Defesa Civil do Mato Grosso do Sul.  Isso com a possibilidade de convocação de pelo mais sete aeronaves. Os aviões são de duas associadas do Sindag, a Aeroterra Aviação Agrícola (que atua pelo ICMBio) e a Serrana Aviação Agrícola (operando com a Defesa Civil). Ambas com aeronaves turboélices, com capacidade de até 3,1 mil litros de água.  

Sete dos aviões foram convocados  na última terça-feira (30) pela Defesa Civil e já fizeram cerca de 180 lançamentos de água contra as chamas. Eles estão operando a partir da Estância Caiman, no Município de Miranda. Outros quatro, a serviço do ICMBio, estão na região desde junho na linha de frente do Pantanal, também apoio intenso às equipes de solo e no ataque a focos isolados. No caso do ICMBio, o órgão ainda tem a possiblidade de convocar mais seis aviões agrícolas para o combate às chamas.

Aviões da Serrana Aviação Agrícola chegaram nesta semana ao teatro de operações para proteger um dos mais importantes biomas do País

As operações de emergência contra o fogo no Pantanal já duram mais de 120 dias, em um cenário que se encaminha para a ser a pior temporada de incêndios no bioma desde 2020 – quando a área queimada na região foi 376% maior do que a média anual, segundo o ICMBio. Ano em que cerca de 17 milhões de animais vertebrados foram mortos.

 Atualmente, a força aérea conjunta contra as chamas na região conta ainda com mais dois aviões Air Tractor (modelos turboélices originalmente agrícola) do Corpo de Bombeiros do Estado, seis helicópteros (quatro do Ministério da Defesa e dois dos bombeiros), e uma aeronave KC-390 do Ministério da Defesa (avião de carga equipado para a missão com um tanque para 12 mil litros de água).

PRESENÇA: Aviões da Aeroterra atuam desde junho no apoio a equipes do ICMBio na região – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

OUTRAS FRENTES

Além disso, a aviação agrícola está atuando com três Brigadas de Incêndios atendendo produtores rurais no Estado de Goiás. Empresas do setor também mantém, nesta temporada de estiagem, aviões de prontidão no Mato Grosso, São Paulo e outros Estados, à disposição de produtores e usinas. Em todos os casos, para o suporte a brigadistas em solo e combate direto a chamas em lavouras e reservas naturais dentro das fazendas. Da mesma forma, o Estado de São Paulo mantém convênio com aeroagrícolas para eventuais suporte aos bombeiros em focos em vegetação.

Para completar, seis pilotos agrícolas brasileiros integram atualmente uma equipe de combate a incêndios no norte africano. Mais especificamente na Argélia, onde as mudanças climáticas na região do Mar Mediterrâneo têm colocado em risco diretamente a população. Tanto que 34 pessoas morreram no ano passado, naquele país, por causa de incêndios em vegetação.

Expertise para a atividade 

Desde os anos 1960 o combate a incêndios florestais faz parte das prerrogativas legais da aviação agrícola brasileira. Além disso, desde a década de 90 o setor atua praticamente todos os anos em conjunto com brigadistas e bombeiros na proteção de reservas ambientais no Brasil. Em 2022 o País ganhou uma Lei Federal incluindo os aviões agrícolas na políticas de governo para o combate aos incêndios florestais.

Além dos aviões que atuam em lavouras terem capacidade também para o transporte e lançamento de água, os pilotos do setor passam praticamente o ano todo em uma rotina de voos baixos e com atenção a obstáculos em lavouras. Além de chegarem a realizar mais de 50 pousos e decolagens em um dia de trabalho.

O que, nas empresa que atuam contra chamas, é completado a cada temporada com um treinamento para voo em equipe e aproximação de alvo específico e evitando a fumaça, com coordenação de brigadistas em solo. O treinamento é dado nas próprias empresas ou em cursos específicos – como o que deve ocorrer no próximo dia 12 de agosto, em Olímpia, no interior paulista.

Lembrando que o País tem a segunda maior e uma das melhores aviações agrícolas do planeta, com mais de 2,6 mil aeronaves em 24 Estados. Segundo o último levantamento do Sindag, na temporada de incêndios de 2021, cerca de 50 pilotos agrícolas foram responsáveis pelo lançamento de quase 20 milhões de litros de água contra o fogo naquele ano.  

INTENSIDADE: pilotos agrícolas que atuam em cenários como nos incêndios do Pantanal já voam durante todo o ano em rotinas intensas nas lavouras, em voos baixos e desviando de obstáculos, e passam por treinamento complementar sobre a dinâmica das operações em conjunto contra as chamas

 

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