14 de fevereiro de 2021

Guatemala em emergência por ataque de gafanhotos

Medida foi tomada na última semana, apesar das nuvens de insetos estarem sendo combatidas desde a metade do ano passado com pulverizações terrestres e aéreas

A Guatemala segue em emergência fitossanitária, desde a última semana, devido ao aumento da praga de gafanhotos que ocorre no País. Os insetos, da espécie Schistocerca picifrons (que ocorre também na América do Norte), foram detectados na metade de 2020 e seguem atacando lavouras principalmente no departamento de Petén, no norte do país. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Alimentos da Guatemala (MAGA), o estado de emergência deve durar por seis meses.

Em julho do ano passado, o Órgão Internacional Regional de Saúde Agrícola (OIRSA, que abrange os países da América Central) emitiu um alerta para o risco de pragas de gafanhotos. Os insetos afetaram inicialmente culturas como milho, feijão e pastagens em Dolores, La Libertad, Santa Ana, Melchor de Mencos e El Chal, em Petén.

Insetos foram detectados na metade de 2020 no norte do país

O próprio Ministério da Agricultura guatemalteco organizou operações de pulverizações aéreas e terrestres para combater as nuvens de insetos. No entanto, houve reinfestações em Dolores e Libertad, daí o decreto de emergência.

Em setembro, El Salvador também sofreu com ataque de gafanhotos e chegou a receber ajuda do México para combater a praga. O governo mexicano enviou a cepa do Metarhizun acridium, para ser replicada nos laboratórios salvadorenhos. Trata-se um agente biológico para ser aplicado contra os insetos.

BRASIL
No Brasil, oficialmente o País segue em emergência fitossanitária desde junho, desde que uma nuvem de gafanhotos passou próximo à tríplice fronteira entre Argentina e Uruguai, circulando no lado argentino. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro (Mapa) chegou a publicar uma portaria relacionando produtos (químicos e biológicos) autorizados para uso contra a praga, da espécie Schistocerca cancellata (gafanhoto sul-americano). O Sindag, por sua vez, contribuiu com um plano de ação prevendo aplicações aéreas contra os insetos.

O sindicato aeroagrícola brasileiro também colocou em sobreaviso a frota de aeronaves no Sul para eventuais ações contra os insetos, além de manter uma roca constante de informações com suas entidades similares na Argentina e Uruguai. A nuvem próxima à fronteira acabou sendo eliminada ainda na Argentina, com aplicações terrestres e aéreas.

Além disso, o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) monitorou e combateu outras nove nuvens de insetos durante o ano país. Segundo o órgão, desde 2015 vem sendo verificado um amento nas infestações de gafanhotos na região.

ÁFRICA

A situação de ataque de gafanhotos também segue especialmente crítica na África, onde, desde o começo de 2020, a pior praga em mais de 25 anos ataca a região do chifre africano (que abrange Etiópia, Somália e Quênia). Para o Quênia, os ataques do ano passado foram os piores  70 anos. Por isso, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) mantém na região operações de combate terrestre e pulverizações aéreas contra os insetos.

Os insetos na África são da espécie Schistocerca gregaria, o chamado gafanhoto do deserto. Nesse caso, considerada a mais voraz. Tanto que, só neste início de ano, o trabalho da FAO evitou a perda de 2,7 milhões de cereais. Quantidade suficiente para alimentar 18 milhões de pessoas por um ano no continente.

 

Comments

wonderful comments!