4 de janeiro de 2024

Usinas de etanol de grãos devem beneficiar aviação agrícola no RS

Além da planta que entra em operação este ano em Santiago, no centro do Estado, outro projeto deve sair do papel até 2025 em Passo Fundo, no norte gaúcho, barateando o custo do biocombustível

A aviação agrícola gaúcha pode ser um dos principais setores beneficiado pela entrada em funcionamento (prevista para este neste início de 2024) da primeira usina de etanol feito a partir de trigo no Brasil. A unidade tem capacidade de produzir 12 milhões de litros anuais do biocombustível,  também a partir de centeio, cevada e milho. Ela foi construída no Município de Santiago, na região central do Estado, em um investimento de R$ 75 milhões da empresa CB Bioenergia, com R$ 35 milhões em incentivos fiscais por parte do governo Estadual

Atualmente, o Rio Grande do Sul produz apenas 1% do etanol que consome. Com isso, a compra do biocombustível de outros Estados torna o produto mais caro para os gaúchos, eliminando a vantagem econômica de seu uso tanto em aeronaves agrícolas quanto em automóveis. O que se espera que possa ser revertido a partir de agora – aliás, com a meta de que pelo menos 50% dessa demanda esteja sendo atendida até o final da década.

Expectativas sobre o qual o próprio prefeito de Santiago, Tiago Gorski Lacerda, havia que havia conversado em 2022 com o diretor-operacional do Sindag, Gabriel Colle. Isso durante uma visita do dirigente municipal (no início daquele ano) à sede do sindicato aeroagrícola, em Porto Alegre. Na ocasião, Lacerda ressaltou que o projeto da usina prevê possibilidade de se expandir a produção para até 80 milhões de litros anuais de etanol.

Além disso, o empreendimento deve impulsionar a produção de grãos no Estado. Lembrando que o Rio Grande do Sul já é o maior produtor de trigo, com 1,5 milhão de hectares de área plantada e produção de 4,5 milhões de toneladas do grão. Além de ser estar em sétimo lugar no ranking do milho, mas com uma produção de mais de 7 milhões de toneladas do grão em pouco menos de 840 mil hectares da cultura. E, de quebra, a usina em Santiago deve beneficiar também a pecuária, pelo aproveitamento dos resíduos e moagem de grãos na fabricação de ração animal.

EMPREENDIMENTO: usina em Santiago deve ajudar a baratear custo do etanol no RS, além de incentivar o aumento da produção de grãos no Estado

FROTA E SEGUNDA PLANTA

No caso da aviação, vale lembrar que o Rio Grande do Sul possui a segunda maior frota aeroagrícola do Brasil, com mais de 400 aeronaves, segundo registros na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A apesar de em nível nacional pelo menos um terço de frota ser movida a etanol, esse percentual não se reflete entre os operadores gaúchos. Justamente por causa do custo maior do biocombustível em relação a Estados com grande quantidade de usinas e produção de cana-de-açúcar, como São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Aliás, não só o empreendimento de Santiago, já que há outro empreendimento ainda maior, previsto para sair do papel até 2025 em Passo Fundo, no Norte gaúcho. Neste caso, o projeto é da empresa gaúcha Be8 (antiga BSBios), que no último mês de agosto havia anunciado a intenção de investir R$ 556 milhões em uma planta com capacidade para produzir até 220 milhões de litros de etanol por ano. Tendo como matérias-primas culturas de inverno como milho, trigo, triticale, arroz e sorgo.

Comments

wonderful comments!