13 de fevereiro de 2021

Fabricante de aviões agrícolas neozelandesa tem certificações suspensas

Autoridade de aviação civil do país tomou a medida depois que a Pacific Aerospace anunciou dificuldades financeiras

A Autoridade de Aviação Civil da Nova Zelândia (CAA NZ, na sigla em inglês) emitiu na quinta-feira (11) um comunicado suspendendo temporariamente os Certificados de Tipo da empresa Pacific Aerospace Limited (PAL) para manutenção, projetos e fabricação de aeronaves. Respectivamente, parte 145, 146 e 147 do regulamento aeronáutico do país. A medida foi tomada após a própria empresa notificar a CAA NZ de que passa por dificuldades financeiras. A notícia foi publicada nessa sexta (12) no site norte-americano AvWeb.

A PAL tem mais de 60 anos de história e é fabricante, ente outros modelos, dos aviões agrícolas Fletcher (FU24-950, FU24A-950, FU24-954, FU24A-954), Cresco e P-750 Xstol, que compõem grande parte das frotas aeroagrícolas neozelandesa e da Austrália, com presença também na África. Alguns modelos famosos, aliás pela boa capacidade de carga mesmo em altas altitudes e seguidamente utilizando pistas curtas de chão batido em encostas de montanhas. A empresa também fabrica aviões de treinamento miliar e de lazer.

O Cresco é um dos modelos fabricados pela PAL e presentes principalmente na Oceania e África – Foto: John Pons/Wilimedia

No Brasil, não há nenhuma aeronave da Pacific Aerospace em operação, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Isso apesar de, em 2016, uma empresa de São Paulo ter anunciado um contato para representação da fabricante no País. Entre nossos países vizinhos, há pelo menos um Fletcher em operação no Uruguai, segundo registros da PAL.

Conforme as normas da Nova Zelândia, a perda do certificado da empresa não anula as certificações de aeronavegabilidade dos modelos já em uso. No entanto, usuários de outros países precisam consultar seus respectivos órgãos de aviação sobre isso.

ANÁLISE

Segundo a CAA NZ, a manutenção dos certificados exige que a empresa esteja em condições financeiras de cumprir todos os requisitos de segurança de seus produtos. O vice-presidente executivo de Segurança da Aviação do órgão, Dean Winter, explicou que o órgão segue agora avaliando as implicações da situação para as aeronaves da PAL operando em diversos países. Até 11 de março, usuários dos aparelhos ainda podem entrar em contato com órgão para relatar quaisquer problemas detectados com as aeronaves.

A perda de certificação ainda por ser revertida se a Pacific Aerospace recupere sua saúde financeira, outro fabricante assumir a reponsabilidade pelos Certificados de Tipo ou a própria CAA NZ assumir essa reponsabilidade. Já os certificados de aeronavegabilidade dos aviões já em operação permanecem valendo – a menos que surja algum problema que exija mudanças significativas de design pelo titular do Certificado de Tipo.

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