19 de maio de 2020

Arroz: menos área, melhor preço e mudança de paradigma

Mais de 500 pessoas acompanharam em tempo real a edição da última quarta-feira (13) da série Palestra Via Web, promovida pelo Sindag e Ibravag. Dessa vez, o tema foi o cenário de desafios e oportunidades na lavoura do arroz e, como sempre na série, com uma análise sobre possíveis reflexos no setor aeroagrícola. Basicamente, a conclusão é de que, apesar da seca no Rio Grande do Sul, o setor orizícola passa por um bom momento com a diminuição da área plantada. Além disso, o produtor ganhou mais estabilidade financeira sabendo revezar suas áreas com a soja e a pecuária. Variabilidade, aliás que há algum tempo já vinha mudando: não mais apenas orizícola, mas produtor de terras baixas.

Para os palestrantes do encontro, é consenso que a lavoura 2019, colhida em 2020, foi o divisor de águas na produção orizícola gaúcha (Estado responsável por mais de 70% da produção nacional). Principalmente porque a diminuição de área serviu como uma espécie de reciclagem para os produtores, que começaram a trabalhar “de acordo com o alcance das próprias pernas”. Expressão usada mais de uma vez no encontro, fazendo referência ao maior uso de recursos próprios pelos produtores, fugindo do financiamento.

Além disso, grande parte da indústria ligada ao setor também passou a atuar também diretamente na produção, aumentando a injeção de recursos privados na cultura. Para completar, veio a abertura de novos mercados. No mesmo dia da Palestra Web, o México havia autorizado o segundo embarque para o país, totalizando mais 30 mil toneladas de arroz com casca.

A abertura do encontro foi feita pelo presidente do Ibravag, Júlio Kämpf. O bate-papo via web teve a participação dos presidentes do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Guinter Frantz; da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, e da Comissão do Arroz na Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Lineu Schardong. Além do chefe da Embrapa Clima Temperado, Roberto Oliveira e dos pesquisadores da estatal Ariano Martins de Magalhães Junior, André Andres e Júlio José Centeno da Silva. A live teve a participação ainda do diretor técnico do Irga, Ivo Melo.

PRÓXIMOS PASSOS
A preocupação das entidades agora é que os agricultores mantenham a racionalidade no mercado, trabalhando em conjunto para manter o equilíbrio entre área plantada e preços. Daí a importância em aprimorar a boa gestão entre as lavouras em terras baixas e em reservas para diminuir a dependência de financiamentos para os plantios seguintes. Paralelamente, com reforço nas pesquisas por novas variedades e aprimoramento das técnicas de plantio.

Entre alguns próximos passos, os representantes das entidades ligadas à produção de arroz ressaltam a necessidade de se trabalhar melhor a comunicação do setor com o público. De um lado para mostrar a importância do setor e do alimento que, além de nutritivo, tem garantia de sanidade e vem conquistando o mercado internacional. Em outra frente, a ideia é fomentar o consumo de produtos à base de arroz, além de desenvolver novas opções para agregar valor ao cereal.

AVIAÇÃO
De um modo geral, um cenário favorável também para a aviação agrícola. Mesmo com a redução das áreas de arroz – lavoura altamente dependente da aviação agrícola. Isso porque a ferramenta aérea é comprovadamente fator de alta produtividade também da soja e ainda é importante para o plantio de pastagens.

O que, por sua vez, “casa” com a estratégia do Sindag e do Ibravag em fazer com que as aeroagrícolas apostem cada vez mais em boas em ferramentas de gestão e boas práticas. Fidelizando o cliente mesmo que ele mude de lavoura – não porque uma a lavoura depende do avião, mas porque em todas ele é fator de lucratividade e segurança.

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