27 de junho de 2020

Aviação argentina combate gafanhotos e Sindag tem reunião com empresas da fronteira

Após a aviação agrícola argentina ter realizado ontem na uma operação contra gafanhotos em Corrientes, o sindicato aeroagrícola brasileiro teve nessa manhã uma videoconferência com empresários aeroagrícolas de Uruguaiana, avaliando a logística para uma eventual operação de emergência. A entidade segue acompanhando as informações do país vizinho, onde se avalia uma nova ação contra os insetos no final da tarde deste sábado.

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) teve na manhã deste sábado (27) uma videoconferência com empresas aeroagrícolas da região de Uruguaiana, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul com a Argentina e Uruguai. O objetivo foi repassar com aos empresários a quantidade de aeronaves disponíveis imediatamente para uma ação contra gafanhotos, caso a nuvem que está sobre a Argentina acabe se desviando para o território brasileiro. O encontro, via web, ocorreu horas depois em uma operação da aviação agrícola argentina contra a nuvem de insetos, na região de Curuzu Cuatia, na província de Corrientes (a 130 quilômetros de Barra do Quaraí).

Conforme o delegado das Confederaciónes Rurales Argentina (CRA), Martin Rapetti, a ação de sexta-feira em Curuzu Cuatia eliminou cerca de 15% da nuvem de insetos. Inicialmente se acreditou que os gafanhotos tivessem decolado esta manhã rumo ao Uruguai, mas horas depois se constatou que eles continuavam na região. Conforme Rapetti, as autoridades seguem acompanhando os insetos, para ver se eles pousam na mesma região. O que possibilitaria uma nova operação aérea no final desta tarde.

Os insetos teriam sido localizados ontem, no final da tarde, pousados em uma área de campo, a 43 quilômetros no interior do município, com a operação sendo realizada ainda antes da noite, por dois aviões agrícolas. Os resultados só puderam ser avaliados pela manhã, quando se constatou a necessidade de novas operações.

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Operação em Curuzu Cuatia eliminou parte dos gafanhotos no campo – Imagens: Governo Provincial de Corrientes

BRASIL

Enquanto isso, no Brasil, a reunião com as empresas aeroagrícoals da fronteira oeste já estava prevista desde o início da tarde de ontem, para um briefing com a turma local sobre o andamento das conversas com especialistas e autoridades na preparação de um plano nacional permanente contra a praga. “Ao mesmo tempo, queríamos ter um inventário das aeronaves à disposição na área de fronteira, já que a região está no período de entressafra de parte das lavouras, embora esteja operando bastante em semeadura e adubação de pastagens. Período em que os empresários aproveitam para fazer a manutenção obrigatória anual dos aviões”, explica o presidente do Sindag, Thiago Magalhães.

“No nosso caso, temos cinco aviões prontos”, explica a engenheira agrônoma e sócia da empresa Arenhart Aviação Agrícola, Sílvia de Souza Figueredo. “Como há serviço nessa época por causa das pastagens, sempre revezamos a manutenção das aeronaves. Então, temos sempre aviões em condições para operar”, completa a empresária de Uruguaiana.

ESTRATÉGIA
A frota aeroagrícola do Rio Grande do Sul é de 462 aeronaves, espalhadas em todo o Estado. “Só em Uruguaiana, são 10 aviões prontos para operação imediata, o que é considerado mais do que suficiente para a região. Isso porque a nuvem, que em voo abrange uma área de até 10 quilômetros de comprimento por três de largura (equivalente a 3 mil hectares), quando pousa para se alimentar e passar a noite – do final da tarde até o início da manhã seguinte, ela se concentraria em uma área de até 10 hectares. “Espaço em é possível fazer a operação com um ou dois aviões”, ressalta Magalhães.

O essencial nesse caso, é um monitoramento eficiente. Ou seja, localizar o ponto de pouso dos insetos a tempo de preparar uma opção efetiva – com o avião chegando à tarde a tempo de terminar a operação antes de escurecer ou decolar na primeira luz do dia para estar sobre os insetos ainda no início da manhã, entes deles levantarem voo. “Como a região de Corrientes onde eles pousaram era de difícil acesso, o Serviço Nacional de Segurança e Qualidade Alimentar (Senasa) e o governo provincial demoraram um pouco para localizar os insetos. As autoridades haviam recebido relados da presença nuvem na região de Sauce (a 90 quilômetros de Curuzu Cuatia), ressalta Magalhães”.

O presidente explica que o Sindag, também manteve contatos neste sábado com empresas aeroagrícolas na faixa entre Alegrete e Pelotas. Isso depois de uma semana intensa de encontros com Ministério da Agricultura, secretarias estaduais de agricultura de todo o País, entidades do agro, pesquisadores e outras autoridades, na construção e um plano permanente para esse tipo de situação. Na última quinta, dia 25, o Ministério da Agricultura publicou a portaria declarando emergência fitossanitária no País, pelo risco da invasão de gafanhotos.

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