29 de setembro de 2022

Ibravag ingressa no Comitê Mercosul e Sindag prepara ação internacional com parceiros do grupo

Encontro ocorrido nesta semana, na Argentina, debateu demandas e cenários no Cone Sul e definiu ações de comunicação com a sociedade e campanha bilíngue de boas práticas aeroagrícolas

A terça-feira (27) marcou a entrada do Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) no Comitê Mercosul e Latino-Americano de Aviação Agrícola. O grupo, que desde 1992 reúne o Sindag, a Federação Argentina de Câmaras Agroaéreas (Fearca) e a Associação Nacional de Empresas Privadas Aeroagrícolas do Uruguai (Anepa) – e mais tarde passou a abranger outros países, teve sua reunião ordinária em Buenos Aires. Na pauta, além da apresentação e ingresso (aprovado por unanimidade) do Ibravag, o colegiado discutiu cenários e perspectivas para o setor no Cone Sul e definiu a elaboração e uma campanha regional de boas práticas aeroagrícolas e divulgação dos predicados dos eficiência e segurança da ferramenta – com materiais e português e espanhol

O encontro, que durou todo o dia, ocorreu no Anexo A do Congresso da Nação – que, como o Congresso Nacional brasileiro, reúne o Senado e a Câmara dos Deputados do país. Isso no bairro portenho de Balvanera. O Sindag foi representado pelo diretor operacional Cláudio Júnior Oliveira e o Ibravag por seu presidente, Júlio Augusto Kämpf. Pela Anepa, falaram o presidente Júlio Placeres e o secretário Néstor Santos.

Já a entidade aeroagrícola anfitriã teve na reunião seu presidente, Walter Malfatto; o vice, Francisco Casajús, o secretário Juan Molina e os conselheiros Alfonso Rodríguez, Alberto Torregiani e Diego Martínez, além do diretor-executivo Danilo Cravero e o membro da equipe técnica Ezequiel Baus. Entre os argentinos, também participaram das discussões os deputados federais Ricardo Buryaile, Pablo Torello e Jorge Vara, junto com os vice-presidentes da Confederação Intercooperativa Agrícola (Coninagro), Elbio Laucirica, e da Federação Agrária Argentina (FAA), Elvio Guía, além da diretora-executiva da Fundação Barbechando, Florence Ricchiuti.

CONHECIMENTO FORTALECIDO

Por parte dos brasileiros, a aposta é de que a entrada do Ibravag no grupo do Mercosul fortaleça a troca de experiências e as ações de geração de conhecimento e compartilhamento de expertise entre as entidades de cada País. Tanto que o presidente Júlio Kämpf firmou no mesmo dia uma parceria nesse sentido com a Fearca – através da equipe técnica da entidade argentina, que por sua vez envolve o Grupo APC. Na prática, o Instituto Brasileiro embarcou em uma cooperação já existente no país vizinho para aprimoramento de técnicas e ferramentas de aplicação, estendo-a ao Brasil.

Aliás, um problema regional do continente, a falta de conhecimento da sociedade e mesmo dos parlamentares sobre a alta tecnologia e a importância do setor aeroagrícola, ficou clara nas falas de toda a representação argentina no encontro. “Em nosso país, apenas 8% dos legisladores têm alguma ligação com a agro bioindústria”, destacou Florence Ricchiuti. A diretora da Fundação Barbechando (que faz a assessoria parlamentar para o agro argentino) lembrou que a situação é um pouco melhor no Brasil, onde cerca de metade dos legisladores têm algum contato com o setor primário (através da Frente Parlamentar da Agropecuária).

A dela foi completada pelo vice da FAA: “Temos que ver como trabalhar juntos, pois (o desconhecimento sobre os processos produtivos no campo) é um problema que toda a América do Sul. Hoje, precisamos uns dos outros porque a produção de alimentos no Mercosul é muito complexa”, sublinhou Elvio Guía.

ESFORÇO

Por parte dos dirigentes aeroagrícolas, o diretor do Sindag destacou o esforço pela articulação com entidades parcerias do setor primário, autoridades e políticos brasileiros. Principalmente nas ações institucionais de esclarecimento da sociedade. Júnior Oliveira ressaltou ainda na qualificação e geração de conhecimento, inclusive com uma pós-graduação MBA em gestão e sustentabilidade aeroagrícola, que teve este ano a formatura de suas duas primeiras turmas e a terceira já em andamento. “Estamos investindo nas pessoas para fortalecer a frota de aeronaves, que cresceu 50% nos últimos dez anos – tendo chegado a mais de 2,4 mil aeronaves”, destacou.

Já o presidente da Anepa ressaltou que as ações de melhoria contínua em boas práticas também direcionam o trabalho da entidade uruguaia. “Apesar das mudanças políticas que ocorreram durante estes anos, o norte sempre foi o mesmo”, completou Júlio Placeres. “Realizamos semestralmente palestras sobre Boas Práticas Agrícolas e um plano de monitoramento de aplicações do Ministério da Agricultura do Uruguai”, completou. Por sua vez, o diretor-executivo, Danilo Cravero, disse que “a aviação agrícola argentina trabalha 25 milhões de hectares por ano, gera 10 mil empregos diretos e 40 mil indiretos”.

CONGRESSO NACIONAL: lideranças aeroagrícolas do Mercosul fizeram sua reunião anual na sede do Legislativo argentino – foto: Fearca/divulgação

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