7 de dezembro de 2022

Mitos e verdades marcaram estreia de websérie sobre o setor

O projeto Aviação Agro no Ar é uma parceria do Sindag com a S.Clara Comunicação e WCongress e terá ainda mais três programas semanais em dezembro, sempre às terças, às 19 horas

“Manga com leite faz mal? É um veneno como falavam nossas avós?” A alegoria popular mencionada pela jornalista Valdireni Alves (da S.Clara Comunicação) introduziu o tema da estreia do projeto Aviação Agro no Ar, nesta terça-feira (6). A websérie semanal de entrevistas começou abordando os Mitos e verdades sobre a aviação agrícola, em conversas esclarecedoras com o engenheiro agrônomo e consultor Marcelo Drescher e o professor e pesquisador Ulisses Antuniassi. O primeiro é fundador da Drescher Assessoria Aeronáutica e autor do Manual de Piloto Agrícola. Já Antuniassi integra o Departamento de Engenharia Rural da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp/Botucatu) e é um dos coordenadores do programa Certificação Aeroagrícola Sustentável (Cas).

O Aviação Agro no Ar é uma parceria do sindicato aeroagrícola com a S.Clara Comunicação e a WCongress. Com as entrevistas a cargo de Valdireni Alves (que é colunista do site do Sindag), Marina Ortiz respondendo pela arte e edição e coordenação de Juliana Rigo, além do suporte de informações da Assessoria de Imprensa do Sindag.

Nos próximos episódios – que irão ao ar nos dias 13, 20 e 27 de dezembro – o bate-papo abordará a história do setor aeroagrícola, suas inovações tecnológicas, melhoria contínua de suas técnicas e da capacitação seu pessoal – como o programa BPA, o MBA aeroagrícola e outras iniciativas. O roteiro contempla ainda o crescimento da frota brasileira de aeronaves e drones e perspectivas de marcado. Entre os convidados dos próximos programas estão o consultor Fernando Kassis (AgroEfetiva), o professor Welington Carvalho, o empresário aeroagrícola Rolemberg Vidotti (Viagro Vidotti Agro Aérea), a gerente comercial Tathiana Miloso (Xmobots) e os diretores executivo e operacional do Sindag, respectivamente, Gabriel Colle e Cláudio Júnior Oliveira.  

Confira a íntegra do programa de abertura:

 

SEGURANÇA E SAÚDE

Drescher abriu o programa desta terça falando sobre a importância e a segurança da ferramenta aérea, bem como a densa regulação existente sobre ela e todos os órgãos que a fiscalizam. Ele explicou ainda a formação exigida de seu pessoal para as missões em campo e toda a tecnologia que garante e sua eficiência e segurança. Entre outros predicados positivos da ferramenta, o consultor ressaltou o fato de que o emprego da aviação agrícola retira o aplicador de dentro da lavoura, “com altíssimas garantias ao meio ambiente e à saúde humana”. Lembrando ainda a entrada em cena dos drones, que também “estão tirando o aplicador de dentro da lavoura”, completou, em uma alusão à substituição de máquinas terrestres e equipamentos costais.

Sobre o risco de deriva, Drescher argumentou que não se trata de algo inerente à ferramenta, mas principalmente aos cuidados com as condições climáticas no momento da aplicação. E ainda frisou: “Há que se aplicar a técnica correta. E como a aviação agrícola tem profissionais formados para esse trabalho, eu até diria que a pulverização aérea tem um ‘q’ a mais de segurança, que é o acompanhamento e o preparo técnico de todos os envolvidos.”

O MAIS INJUSTO

O tema deriva foi a deixa para Valdireni chamar a participação do segundo convidado. E perguntou a Ulisses Antuniassi sobre o mito dos 99% de perdas, seguidamente mencionado contra o setor (com algumas referências variando de até 99,9% a 70% conforme o caso, mas sempre exagerada). “Um dos mitos mais comuns e o mais injusto de todos”, abriu o professor da Unesp.

Ele pesquisou a origem dessa lenda e percorreu citações de citações sem aprofundamento em trabalhos acadêmicos e até artigos na imprensa. E descobriu sua gênese em um artigo escrito entre o final dos anos 1970 e início dos anos 80 – porém, um texto de opinião, sem base científica. Resumindo: um chute para dar impacto, na época, a um texto sobre uso de inseticidas. E (detalhe) sem citar em nenhum momento a aviação agrícola. Que, aliás também não é citada em vários dos textos posteriores – aparece apenas quando se passou a querer “colar” no setor (por interesses diversos) a ideia de perda dos anos 70/80.        

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