27 de março de 2024

NAAA em ação contra preferência de drones em áreas de voo agrícola

Entidade norte-americana quer evitar que FAA afrouxe as regras que garantem a segurança de aeronaves tripuladas atuando em aplicações nas  lavouras

A Associação Nacional de Aviação Agrícola dos Estados Unidos (NAAA, na sigla em inglês) está em campanha para reunir o maior número de dados possíveis dos DGPSs das aeronaves de suas associadas. Isso para evitar um possível afrouxamento nas normas de segurança nas operações com drones no país, que vem sendo discutido desde 2022.

É que a Agência Federal de Aviação (FAA, equivalente à Anac no Brasil) estuda inverter a prioridade de voo (em favor dos drones frente a aeronaves tripuladas) em áreas junto a linhas de energia e outros obstáculos em campo. Simplesmente porque, segundo o Comitê de Regulamentação da Aviação (ARC) do órgão, há “probabilidade limitada de operações de aeronaves tripuladas nestas áreas”. O que é um disparate, na avaliação da NAAA.

Grosso modo, a proposta do ARC é criar uma “zona blindada” para drones voarem além do alcance visual do piloto remoto (BVLOS) e com prioridade no espaço aéreo a até 30 metros vertical ou lateralmente de um obstáculo. Levando em conta que o órgão considera obstáculo como “qualquer objeto de crescimento natural, terreno ou construção ou alteração permanente ou temporária, incluindo equipamentos ou materiais utilizados e qualquer aparato permanente ou temporário”. Ou seja, desde árvores a galpões e passando por postes e linhas.

HISTÓRICO

Ainda em 2022, a entidade aeroagrícola havia alertado o órgão regulador da aviação civil do País para o enorme risco da proposta – que, de acordo com a NAAA, atenderia a demandas de empresas como as gigantes das vendas online. E citando o óbvio: que os espaços visados são justamente áreas de operação da aviação agrícola.

Argumentação reforçada ainda pela referência a um experimento feitos em 2015 pela Associação de Aviação Agrícola do Colorado. Quando avaliaram a capacidade de pilotos de aeronaves de asas fixas ou rotativas visualizarem drones em campo. Com aviões, apenas um entre quatro pilotos consegui encontrar o aparelho remoto. No teste com helicóptero, a aeronave tinha um piloto e um observador – que conseguiu achar o drone em voo, mas não conseguiu manter o contato visual.

Agora, o objetivo é “desenhar” para que o órgão de segurança entenda.

A NAAA tem, desde 2017, uma parceria com a Mississippi State University (MSU) para gerar estatísticas a partir dos dados de DGPSs cedidos por associados. Isso com o objetivo de subsidiar ações e em prol do setor aeroagrícola. Porém, como o envio de dados é voluntário (e parte dos operadores continua reticente a isso), a associação aeroagrícola lançou uma campanha para que mais associados adiram à ideia.

Garantindo que as informações repassadas pelos operadores não serão tratadas de forma a identificar seu fornecedor – que, aliás, podem enviar os dados sem identificação da empresa de origem. Porém ajudando a encorpar as estatísticas que comprovam a necessidade dos aviões e helicópteros seguirem com o “mando de campo” no espaço aéreo.

 

Comments

wonderful comments!