22 de abril de 2024

NOVA ZELÂNDIA: setor briga com normas absurdas

Falta de conhecimento sobre a aviação agrícola leva conselhos distritais a ignorarem as peculiaridades da atividade e prejudicarem até o combate a incêndios florestais

A Associação de Aviação Agrícola da Nova Zelândia (NZAAA) está tendo que multiplicar esforços para contestar propostas de normas regionais inconsistentes e impraticáveis para setor aeroagrícola. Isso quando vários conselhos municipais e distritais no país estão revendo seus planos de longo prazo para controle de ruídos, disciplina de trabalhos e outros regramentos. O que tem gerado pérolas deixam muito claro também a necessidade de um trabalho de conscientização por parte do segmento aeroagrícola.

O assunto foi tema de uma reportagem publicada em março no site da Rádio Nova Zelândia (RNZ – emissora pública do país). A matéria cita a fala do presidente da Associação de Aviação Agrícola neozelandesa (NZAAA, na sigla em inglês), Bruce Petersen, destacando absurdos contestados pelo setor. “Alguns pilotos de helicópteros e aeronaves de asa fixa voam até 100 vezes por dia, mas alguns conselhos propuseram limitar os voos a apenas dois por dia”, cita na matéria.

Isso além de um conselho que propôs que cada voo comercial tenha uma autorização específica (resource consent). Detalhe: como os voos comerciais agrícolas são todos diferentes (em horários, rotas etc.), seria um para cada missão. Petersen lembra ainda que a falta de conhecimento dos conselhos locais já arriscou prejudicar até operações de combate aéreo a incêndios. Um tipo de missão em que a aviação agrícola do país normalmente tem atuação intensa.

O exemplo em questão foi o de um distrito onde os voos contra chamas acabaram barrados. Mesmo em uma região com grandes extensões de florestas. “É preciso haver consistência e um pouco de bom senso”, destacou o dirigente.

CONSISTÊNCIA: setor possui no país 105 operadores de aviões e helicópteros, com os drones agrícolas ficando em outra divisão da aviação geral – foto: NZAAA

CONCIENTIZAÇÃO

Situações que demonstram o quanto as pessoas ainda desconhecem a atividade aeroagrícola no país. E o quanto o setor precisa trabalhar a conscientização das comunidades. Inclusive pelo imbróglio que é para um operador ter que conhecer as minucias (e administrar absurdos) da regulamentação de cada distrito onde quiser operar.

Isso que a própria NZAAA já existe há 75 anos, como uma divisão da Associação da Indústria de Aviação da Nova Zelândia (AIANZ). Segundo a entidade, o país da Oceania tem atualmente 105 operadores aeroagrícolas em atividade, voando aviões e helicópteros. Que, claro, possuem também um regramento aeronáutico federal.

A título de curiosidade: a AIANZ abrange ainda os drones agrícolas. Mas estes estão dentro de outra divisão da entidade geral da aviação: a UAVNZ, junto com outros segmentos de aeronaves remotamente pilotadas.  

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