29 de agosto de 2021
DRONES: live discute regras, gargalos, cenários e planejamento estratégico
Evento do Sindag e Ibravag reforçou a posição do setor pelo profissionalismo e segurança das aeronaves remotamente pilotadas, além da articulação por políticas de desenvolvimento da tecnologia
“Temos uma criança iniciando seus estudos, com mochila e cadernos novos, e vai depender das primeiras notas do começo do ano letivo para saber se entraremos ou não em recuperação.” A analogia do presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva, resumiu o tom do encontro Drone – novo aliado do agronegócio, realizado via web, na quinta-feira (26). O evento foi promovido pelo sindicato aeroagrícola e pelo Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) e contou com a participação direta (via plataforma Zoom) de cerca de 60 pessoas, entre operadores e fabricantes de drones, além de pilotos e instrutores de voo remoto, operadores aeroagrícolas, assessores e dirigentes do Sindag. Outros cerca de 130 profissionais acompanharam a discussão em tempo real no YouTube.
Um dos resultados imediatos do encontro foi o start na elaboração do planejamento estratégico para o segmento, no âmbito das duas entidades aeroagrícolas. Neste caso, a tarefa está sendo coordenada pelo secretário executivo do Sindag, Júnior Oliveira. Ele explicou aos participantes da live o questionário a ser respondido pelo grupo e que foi enviado também a outras empresas do setor de aeronaves remotas no trato de lavouras. A expectativa é que a entidade receba nesta semana as respostas da pesquisa. Seu objetivo é captar da maneira mais precisa possível o cenário sobre as principais demandas o setor e alinhar ações e objetivos para os próximos anos. Isso além de avaliar pontos fracos e fortes da ferramenta, entre outros fatores que ajudarão a projetar cenários e ações institucionais para os próximos anos.
Essa articulação vem em um momento crucial para o setor, já que o Ministério da Agricultura deve publicar em setembro a Instrução Normativa (IN) regulamentando o uso agrícola das chamadas aeronaves remotamente pilotadas (ARP, ou RPA, na sigla em inglês). Além disso, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) encerrou no dia 25 a consulta pública para simplificar as exigências para uso aeroagrícola dos RPAs das Classes 2 e 3. Neste caso, mexendo no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial (RBAC-E 94/2017). Para os drones Classe 3 (peso total de decolagem menor que 25 kg) o foco do órgão é facilitar, em lavouras, as operações além do alcance visual (BVLOS) ou acima de 400 pés (pouco mais de 120 metros) de altura. Já na Classe 2 (entre 25 kg e 150 kg), a intenção é direcionar a obrigatoriedade do registro de cada aparelho apenas do Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (Sisant). E não mais no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), onde as exigências são similares a dos aviões.
CHECKLIST, OFICINAS PARA GESTORES E OUTROS SERVIÇOS
Outra novidade foi anunciada pelo secretário-executivo do Sindag, Gabriel Colle. Ele explicou que o sindicato aeroagrícola criou um atendimento específico para operadores de drones. Entre as vantagens oferecidas estão um checklist de documentos exigidos para atuar com a ferramenta, condições especiais para participar do Congresso da Aviação agrícola 2022 – marcado para 19 a 21 de julho, em Sertãozinho/SP, além de oficinas e cursos sobre planejamento estratégico, gestão de custos, reuniões mensais sobre boas práticas operacionais e encontros bimensais para atualizações sobre o setor. “Estamos criando um ecossistema para desenvolver o segmento, abordando também seguros, financiamentos, consórcios e outras informações. Além disso, temos esse papel de articulação com órgãos de governo, entidades do setor produtivo e outras representações”, ressaltou Colle, lembrando que o Sindag integra atualmente 21 comissões e câmaras setoriais e possui 123 parceiros estratégicos em todo País.
A parte de regulação foi apresentada pela coordenadora do Sistema de Documentação da Aviação Agrícola (Sisvag – do Sindag e Ibravag), Cléria Mossmann. Ela falou sobre as exigências legais para operações com drones em lavouras e abrangeu também a minuta apresentada pelo Ministério da Agricultura sobre a IN dos Drones. O regramento que está para ser publicado pelo órgão abrange requisitos para registro dos operadores, normas de trabalho para os RPAs no trato de lavouras e o registro de suas operações junto ao Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro). Cléria abordou ainda o processo para registro de uma empresa aeroagrícola junto à Anac e lembrou que, além das exigências já incidentes sobre o equipamento de voo, a operação com produtos fitossanitários prevê também o cumprimento de normas do Ibama, dos órgãos ambientais e de defesa sanitária dos Estados, além dos conselhos de Engenharia e Agronomia (Crea) e dos Técnicos Agrícolas (CFTA). Sem esquecer dos regulamentos de Medicina e Segurança do Trabalho.
NÃO PODE SER “DRONEIRO”
Conforme o diretor da empresa SkyDrones Tecnologia Aviônica, Ulf Bogdawa – de Porto Alegre, o regramento atual da Anac permite operar em lavouras, no Brasil, apenas drones Classe 3. Para os drones Classe 2, é exigido, por exemplo que os aparelhos sejam homologados junto ao RAB. “E não há hoje nenhum drone de uso agrícola homologado no órgão”, esclarece. Lembrando ainda que, para Classe 1 (aparelhos com mais de 150 quilos de peso total) o regramento é praticamente o mesmo de aviões (também exigindo homologação). “No quesito peso total, entenda-se o peso do drone com as baterias e somado à sua capacidade de carga especificada no projeto. Assim, não adianta ter um drone mais pesado e dizer que está decolando com menos carga para não extrapolar o limite.” Associada ao Sindag desde 2017, a SkyDrones foi provavelmente a primeira empresa do setor associada a uma entidade da aviação agrícola.
Já o empresário Andrei Mori, da Smart Drones (situada em Cascavel/PR), reforçou que a tecnologia requer muita qualificação dos profissionais que atuam com ela. “Não pode ser um ‘droneiro’. O equipamento é eficiente, prático, seguro e sustentável, mas é preciso exigir responsabilidade técnica.” Sobre os desafios para o setor, ele pontuou algumas necessidades que ainda devem ser superadas pelas indústrias e precisarão ser trabalhadas pelo segmento junto aos órgãos reguladores. Entre as mais urgentes, o desenvolvimento de baterias mais leves e de maior capacidade de carga, além da necessidade de maior capacidade de carga de produtos nos próprios aparelhos. “O tanque com capacidade de 10 litros dificulta as operações nas lavouras para quem é prestador de serviço”, pontuou o empresário.
DRONES: web meeting discussed
rules, demands, scenarios
and strategic planning
“We are a child starting his studies, with a schoolbag and new notebooks, and it will depend on our first test scores at the of the school year’s beginning to know whether or not we’ll need to going to summer school.” The analogy of the president of Sindag, Thiago Magalhães Silva, summed up the tone of the meeting Drone – a new agribusiness ally, held via the web, last Thursday (26). The event was promoted by the Brazilian Ag Aviation Union (SINDAG) and Brazilian Institute of Agricultural Aviation (IBRAVAG), with an audience around 60 people by Zoom platform – drone operators and manufacturers, as well as pilots and remote flight instructors, ag aviation operators etc. In addition to 130 agav professionals that followed the live by YouTube.
The meeting also started of the strategic planning for the segment by the two ag aviation entities. Task that’s being coordinated by the SINDAG’s executive secretary, Júnior Oliveira. He explained how this will be done and the steps to answer the questionnaire sent to the meeting’s audience during the event. The form was also sent to many other drone companies, technicians, and researchers in this industry. Oliveira said he expects the survey responses by the end of this week. The objective is to assess as accurately as possible the scenario of the sector’s main demands and align actions for the coming years. This is in addition to evaluating the tool’s strengths and weaknesses, among other factors that will help predict market conditions and to plain strategies.
This SINDAG and IBRAVAG’s articulation takes place at a crucial time for the agricultural drone industry. It’s because the Ministry of Agriculture must publish in September the Normative Instruction (IN, in Portuguese acronym) regulating the agricultural use of the unmanned aerial vehicle (UAV). In addition, the National Civil Aviation Agency (ANAC) closed on last 25th the public consultation to simplify the requirements for agricultural use of Class 2 and 3 UAVs. In this case, changing the Brazilian Regulation on Special Civil Aviation (RBAC-E 94 /2017). For Class 3 drones (total takeoff weight less than 55 lbs.) the focus of the agency is to facilitate, in crops, flights beyond visual line of sight (BVLOS) or at above 400 feet. In Class 2 (between 55 and 330 lbs.), the intention is to direct the mandatory registration of each device only in the Unmanned Aircraft System (SISANT). And no longer in the Brazilian Aeronautical Registry (RAB), where the requirements are like those of airplanes.
SPECIAL SERVICE
Another novelty was announced by the executive director of Sindag, Gabriel Colle. He explained that the entity created a special service for drone operators, which offers a checklist of documents required to work with agricultural drones, special conditions to participate in the 2022 Brazilian Ag Aviation Congress (on July 19-21, in Sertãozinho – SP), workshops and courses on strategic planning, as well a management costs, monthly meetings on safe operations and bi-monthly meetings for industry updates. “We are creating an environment for growth and development, also attracting partners for services such as insurance, financing, and other”, highlighted Colle. This all adds up to SINDAG’s good reputation in articulation with government agencies, agribusiness associations and other representations – the ag aviation entity currently integrates 21 commissions and sectorial chambers and has 123 strategic partners throughout the country.
The meeting also had a presentation on the regulation of drones, by the coordinator of the Agricultural Aviation Documentation System (SISVAG – from SINDAG and IBRAVAG), Cléria Mossmann. She spoked about the legal requirements for operations with drones in crops and about the draft presented by the Brazilian Ministry of Agriculture on the new rules of agricultural UAVs. The regulation will cover requirements for the registration of operators, labor standards for drones in dealing with crops and the registration of their operations with the Integrated System of Agricultural Products and Establishments (SIPEAGRO).
Cléria also addressed the registration process ag aviation companies with ANAC and recalled that, in addition to the requirements already applied to the remote flight equipment, the operation with phytosanitary products also provides for compliance with Brazilian Institute of the Environment and Renewable Natural Resources (IBAMA), environmental and sanitary defense standards States, in addition to the Engineering and Agronomy Councils (CREAs) and Agricultural Technicians (CFTA). Without forgetting the Occupational Medicine and Safety regulations.
TECHNOLOGY REQUIRES RESPONSIBILITY
According to the CEO of SkyDrones Tecnologia Aviônica, Ulf Bogdawa (in Porto Alegre – RS), ANAC’s current regulations allow only Class 3 drones for aerial application in Brazil. For Class 2, it is required, for example, that the UAV is approved by the RAB/ANAC. “And today there is no drone for agricultural use approved by the agency”, he explains. As for Class 1 (drones weighing more than 330,7 lbs. in total weight) the rules are practically the same as for planes (also still unregistered in Brazil). “In terms of total weight, it is understood the weight of the drone with the batteries and added to its load capacity specified in the project. Thus, it is not possible to have a heavier drone and take off with less load without exceeding the limit.” Associated with Sindag since 2017, SkyDrones was probably the first ARP company in an agricultural aviation entity.
The CEO Andrei Mori, from Smart Drones (located in Cascavel-PR), reinforced that the technology requires a lot of qualification from the professionals who work with it. “It can’t be a ‘droneman’. The equipment is efficient, practical, safe and sustainable, but it is necessary technical responsibility.” On the challenges for the sector, he pointed out some needs that still must be overcome by the industries and be worked on by the segment with the regulatory bodies. Among the most urgent ones, the development of lighter batteries and with greater charging capacity, in addition to the need for greater product charging capacity. “An only 2,6 gallons drone’s capacity makes operations in the fields difficult for those who are service providers”, pointed out the businessman.