8 de maio de 2023
EUA: Guardian Agriculture tem sinal verde da FAA para drone com capacidade de 90 quilos
Com a autorização, a empresa de Woburn, no Estado de Massachusetts, tornou-se a primeira fabricante de eVOTL agrícola do país com licença para comercializar seu equipamento em todo o território norte-americano
A norte-americana Guardian Agriculture se tornou a primeira empresa de drones elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOL, na sigla em inglês) para uso agrícola autorizada a operar em grande escala nos Estados Unidos. A fabricante recebeu no final de abril o sinal verde da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês – equivalente à Anac no Brasil) para implantar seus drones de pulverização em todo o país.
Isso com o modelo SC1, que é impulsionado por quatro braços com hélices de 1,82 metro de diâmetro, com 4,57 metros de largura e capacidade de carga de 90 quilos (200 libras). Além da capacidade de cobrir pouco mais de 16 hectares em uma hora. Grande o suficiente para se equiparar, em desempenho, a muitos sistemas terrestres tratorizados.
Segundo o fundador e diretor-executivo da Guardian Agriculture, Adam Bercu, o aparelho (cujo design ironicamente lembra a frente de um trator) já tem mais de US$ 100 milhões em encomendas na fila da pré-venda – onde o interessado ainda pode entrar com um depósito inicial de US$ 500 (reembolsáveis em caso de desistência) para um aparelho de US$ 119 mil a unidade.
Com a autorização da FAA, agora a corrida é para produzir os drones da fila de espera até aqui. O que a empresa espera cumprir até o início de 2024. Incluindo os 400 aparelhos encomendados pela Wilbur-Ellis, fundada em 1921 e líder internacional no fornecimento de insumos e serviços para agricultura. Aliás, dona de uma das maiores frotas aeroagrícolas dos Estados Unidos – na verdade, segundo ela, A maior.
Bercu ressalta que o Guardian SC1 vinha sendo testado há cerca de cinco anos, com equipamentos operando nos Estados da Flórida, Idaho, Texas e Califórnia. “Temos centenas de horas de voo nessas máquinas. Elas provaram ser ótimas ferramentas para produtores, prestadores de serviços e cooperativas”, ressaltou o empresário, em entrevista, ainda em 2022, ao canal Farm Innovations – do anuário homônimo da Lessiter Media (por sua vez uma das grandes editoras norte-americanas voltadas a notícias do agro).
Veja no final do texto o vídeo (em inglês) da fala ao Farm Innovations
O empresário explica que a ideia do SC1 não é apenas substituir os pulverizadores costais, como os drones menores. Mas realmente poder atender uma lavoura inteira, já tendo atuado em culturas de florestas, videiras, pomares, verduras, milho e outras lavouras. Com capacidade para inseticidas, fungicidas e fertilizantes líquidos. Devendo ganhar no ano que vem um sistema de aplicação de sólidos. Entre as vantagens do equipamento, a empresa enumera a eliminação de perdas por amassamento, a redução da pegada de carbono (já que não há queima de combustíveis fósseis) e o melhor aproveitamento da janela de aplicação.
TALENTOS – Ex-campeão da Battlebots (o reality de luta de robôs da rede de televisão estadunidense ABC), Adam Bercu teve no projeto do SC1 a ajuda de engenheiros e executivos buscados junto a empresas como Apple, BAE (fusão da British Aerospace e Marconi Electronic Systems, em 1999), Sikorsky (fabricante de helicópteros), Tesla e Uber. Além disso, a Guardian Agriculture integra o programa Acordo de Parceria de Integração (IPA, da FAA).
Neste caso, uma iniciativa para estabelecer a integração do mercado de aeronaves remotamente tripuladas (ARPs, na sigla em inglês) no Sistema Nacional de Espaço Aéreo (NAS) dos EUA. O que envolve também a Xcel Energy (que utiliza drones para vistorias suas linhas de transmissão elétrica e gasodutos), a Drone Racing League (que organiza shows aéreos e competições de drones), a Amazon Prime Air (braço de entregas por drones da Amazon) e outras entidades.