A era da responsabilidade total.
A era da responsabilidade total.
Aprendi e procuro repetir que em toda crise existe a oportunidade de ganhos, no mínimo, equivalente às perdas que dela estimamos. O ataque sistemático que o setor da aviação agrícola vem sofrendo é resultado de um processo bem orquestrado de pessoas que intentam a desestabilização de algumas, ou diversas, esferas da economia. Todavia, vejo isso tudo como um grande estímulo ao nosso setor. Uma oportunidade ímpar de nos prepararmos, e muito bem, para os vindouros anos 20 (a próxima década).
Hoje vivemos os primórdios de uma nova fase nos negócios que, provavelmente, será reconhecida como a fase da responsabilidade de ponta a ponta, na qual não basta responder pela sua tarefa, satisfazer os clientes e ter seus ganhos. Nesta nova era terá sucesso aquele que souber fazer e realizar uma prestação de contas da integralidade do seu negócio: A matéria-prima utilizada, os fornecedores, a equipe de trabalho, o destino dos resíduos de produtos ou processos, o impacto da sua atividade, os custos e benefícios para a comunidade e, fundamentalmente, o que sua empresa faz para “cada vez fazer melhor o que está fazendo”.
Essa era da “responsabilidade total” sobre as operações irá, progressivamente, estabelecer uma relação empresa-cliente- sociedade que cobrará não somente os resultados imediatos, mas também os efeitos de longo prazo dessas intervenções, traduzido no impacto final das atividades empresariais sobre o bem-estar da sociedade. Em síntese, qual será o impacto do ambiente produtivo (empresas e negócios) sobre o ambiente reprodutivo (família). E, que ninguém se engane, esta será a chave para o sucesso.
Atualmente, percebemos muitas empresas conquistando mercado utilizando embalagens elaboradas a partir de materiais recicláveis e realizando o treinamento de parceiros para a obtenção de insumos com técnicas de menor impacto. As práticas de responsabilidade e melhoria de processos, a implementação de boas práticas, é mais que uma tendência, é um fator que irá distinguir organizações ou setores econômicos. A segmentação, na qual cada empresa se responsabilizava apenas pelo durante, sem qualquer preocupação com o que vinha antes ou depois de sua ação, esta dando lugar a um sistema cíclico e integrado.
Assim, a pressão que ora sofremos e, contra a qual respondemos com provas de eficiência, deve nos conduzir a um passo além: O alcance de um patamar de organização no qual as empresas do nosso segmento adotem medidas que provem a responsabilidade que temos para com o ambiente e a saúde humana. Não basta fazer “mais do mesmo”, pois sabemos e podemos provar que já somos a melhor opção em termos de controle dos processos de pulverização. Possuímos legislação específica, pessoal capacitado, parâmetros operacionais bem definidos, equipamentos que proporcionam excelente controle de procedimentos e um processo de certificação. Agora, temos que realizar algo mais. Aquilo que outras “empresas desse novo tempo” já realizam, em diversos setores. Assim como vender cafezinho hoje exige mais do que um ambiente organizado e excelência em qualidade, temos que desenvolver a capacidade de amplo gerenciamento de nossos processos. Isso inclui a preocupação com as fases, condições e consequências, que antecedem e sucedem nossas intervenções ambientais.
Acreditem, somos capazes e devemos implementar tais procedimentos. Consagrar de modo favorável este momento que nos impingiram, fundamentando ainda mais a ação aeroagrícola! Sem a demagogia daqueles que nos combatem, sem as falácias tradicionais de nossos opositores. Necessitamos aproveitar o momento para crescer e fazer dele estimulo à consolidação da aviação agrícola. Necessitamos gestar, analisar e aperfeiçoar meios para tornar o nosso setor ainda mais confiável e reconhecido. Para tanto, temos à nossa disposição os meios que todos dispõem, nossos sindicatos da categoria, este canal de comunicação (site) e os eventos maiores, como o SINDAG 2017, em Canela, que trará novidades. Estejam lá, e façam parte dessa nova história!