Por que produzir soja?
O grão de soja produz em média 40% de proteína e tem possibilidade de extração em torno de
20% de óleo. Todos os componentes têm destinação diversa na alimentação humana, animal e
produção de energia renovável. Atualmente, soja é a quarta cultura de grãos para consumo
alimentar no mundo mais produzida, atrás dos cereais milho, trigo e arroz. Pelas suas
características nutricionais, torna-se um dos principais compostos protéicos nas dietas animais.
Soja começou a ser produzida no Brasil no início do século XX, tendo a partir da década de 70
iniciado a expansão para outras regiões além do Sul do Brasil – viabilizada pelos investimentos
em pesquisa que permitiram a produção no cerrado – principalmente a EMBRAPA.
Para onde vai?
Do volume exportado, mais de 60% da produção brasileira tem destino a China e em torno de
20% para a Europa. Nos mercado asiático, a crescente demanda desde o início do século XXI
fez com que viabilizasse a produção, adoção de tecnologias e absorção da crescente
produtividade. Nos volumes mensais comprados nesse ano foram observadas acréscimos de
10 a 20% em aumento do volume de contratos de compra, algo bem acima do crescimento do
país asiático. Tal demanda tem acompanhado o crescimento da produção, fazendo com que os
chineses, que já se enquadram entre os maiores produtores de soja, ainda sejam os maiores
compradores da commodity. As mudanças nos perfis de compra da população chinesa em
decorrência do aumento da renda média elevou o consumo de carnes e derivados – havendo a
migração para fontes protéicas com maior valor agregado.
Os relatórios do USDA (United States Departament of Agriculture) apontam que nesse ano a
China deve consumir 108 milhões de toneladas, além de iniciar um processo de formação de
estoques interno.
Como chega lá?
Dos entraves produtivos no Brasil, a logística é um dos maiores gargalos para aumento na
renda do campo e da competitividade nos produtos exportados, além da defasagem de
armazéns. Da lavoura para o porto, poucos dos trajetos são por via férrea ou hidroviária. Com o
transporte em caminhões nosso custo logístico é um dos maiores do mundo. No porto de Rio
Grande neste ano 93% da soja em grão exportada foi para a China; teve seu maior volume
comprado pelo Dragão Asiático – 5,2 milhões de toneladas.
Expectativa
Em uma década a China deve chegar ao volume de 112 milhões de toneladas importadas –
sendo o Brasil um dos principais players no fornecimento do grão in natura e na forma de
carnes. Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio), 40% do aumento da demanda
de alimentos que ocorrerá no mundo até 2050 será suprida pelos produtores brasileiros,
evidenciando a aptidão produtiva nacional, clima e terras propícias para essa expansão.