3 de agosto de 2021

Hoje se completam 100 anos de aviação agrícola no mundo

Primeira operação ocorreu em e de agosto de 1921, nos Estados Unidos e, no próximo dia 19, será a vez de comemorar os 74 anos do nascimento do setor aeroagrícola no Brasil

O dia 3 de agosto de 1921 marca o nascimento da aviação agrícola no mundo, em uma operação para combater lagartas em uma floresta comercial de catalpa, perto de Dayton, no Estado norte-americano de Ohio. Vinte e seis anos depois, o Brasil também entrou para o seleto clube da tecnologia aeroagrícola, também em um agosto (dia 19), mas, no nosso caso, na urgência de salvar grandes e pequenos agricultores de uma praga de gafanhotos em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Entre as grandes potências de hoje, já estavam no “clube”, por exemplo, Argentina (desde 1926), Canadá (1927) e Uruguai (1941). Aliás, no mesmo ano do Brasil, a Austrália também começou a voar sobre lavouras.

Hoje, no centenário da primeira operação nos Estados Unidos e a pouco mais de duas semanas de seus 74 anos de Brasil, as (respectivamente) duas maiores potências mundiais do setor lideram um seleto grupo de países que contam com a ferramenta aérea para manter a aprimorar a alta produtividade nas lavouras – cada vez mais necessária por três fatores: manutenção da economia, atender a demanda crescente de alimentos e insumos e evitar o avanço das fronteiras agrícolas sobre áreas ambientais. Para isso, aliás, o setor sempre foi um dos irmãos mais próximos da alta tecnologia. Laço cada vez mais estreitado em tempos de agricultura 4.0.

O PAI ALEMÃO

Na pré-história da aviação agrícola, o uso de aparelhos voadores no cultivo de lavouras teve em 1906 a primeira semeadura de campo com uso de balão, na Nova Zelândia. Já a ideia de dotar aeronaves de um sistema de pulverização combater pragas surgiu em 1911, idealizada pelo inspetor florestal (Oberförster) alemão Alfred Zimmermann, de Detershagen, uma comunidade rural que hoje pertence ao município de Burg, no Estado da Saxônia-Anhalt.

Em 29 de março daquele ano, Zimmermann pagou 97 marcos (moeda alemã) para encaminhar o registro de sua ideia junto ao Escritório Imperial de Patentes (o Kaiserliches Patentamt), em Berlim. O inspetor florestal (Oberförster) se tornava ali o pai da aviação agrícola e a certidão de nascimento (registro da patente) foi concedia em 17 de maio de 1912. O projeto de Zimmermann consistia em aplicar produtos para combater lagartas freiras em florestas de pinheiros.

Segundo o texto do projeto patenteado, “não é necessário nenhum tipo de aeronave especial ou cara para realizar o método, uma vez que (a técnica) só é usada em tempo calmo, com velocidade moderada e não é preciso atingir altura significativa. O produto que destrói a lagarta-freira pode ser armazenado em recipiente especial na nacele da aeronave. Os recipientes são devidamente equipados com atomizadores, por meio dos quais o líquido pode ser distribuído como uma névoa em grandes áreas da copa das árvores. O interior desses atomizadores pode ser configurado de forma que sejam movimentados pelo motor que aciona as hélices da aeronave.”

Ou seja, o projeto alemão já previa um sistema de pressurização mais avançado que o sistema a manivela usado nos Estados Unidos 10 anos depois. Embora Zimmermann tenha tentado fazer testes com dirigíveis para as aplicações, a partir de 1913, tudo acabou sendo suspenso pelo início da Primeira Guerra Mundial, no ano seguinte. O conflito duraria até 1918, deixando a Alemanha em ruína financeira. Zimmermann sobreviveu a tudo, mas não retomou os testes depois da guerra. Ele faleceu em 1964, aos 88 anos.

O NASCIMENTO EM 1921, A PARTIR DE UMA CARTA

A primeira operação de aviação agrícola no mundo teve como piloto o então tenente John Arthur Macready, da Aviação do Exército dos EUA, na época com 33 anos de idade. Ele estava acompanhado do engenheiro francês (naturalizado norte-americano 12 anos depois) Etienne Dormoy, de 36 anos, que criou e operou o aparelho pulverizador (movido a manivela) acoplado na lateral da fuselagem do avião. O experimento integrou uma pesquisa do Departamento de Agricultura de Ohio e Divisão de Engenharia do Serviço Aéreo do Exército dos EUA – na época, a Força Aérea do país (USAF) ainda não existia como tal. E tudo começou com uma carta de um agricultor.

Era 1921 e o produtor era Harry Carver, que tinha uma fazenda a oeste de Troy com o plantio comercial de cerca de 5 mil árvores de catalpa. Ele escreveu à Estação Experimental do Estado na cidade de Wooster, pedindo ajuda depois de ter notado que suas árvores estavam infetadas de lagartas e ele não sabia como controlar a praga. Tempo depois, Carver recebeu um telegrama da Estação Wooster, dizendo que dois especialistas, J.S. Houser e Edmund Secrest estavam a caminho de sua fazenda. Depois de uma vistoria nas árvores desfolhadas, eles constataram que se tratava de uma infestação de lagartas-esfinge catalpa – um de praga que só ataca esse tipo de árvore.

Os dois especialistas explicaram ao produtor que as folhas das árvores que sobreviveram voltariam a crescer, mas que os insetos também voltariam na temporada seguinte. Daí a necessidade de se preparar uma ação de combate à praga antes que sua voracidade causasse mais perdas. Em meio às conjecturas na Estação Experimental, veio a ideia de se testar o uso de avião para uma aplicação de inseticida sobre as árvores. Não se sabe ao certo se a ideia foi inspirada em notícias sobre a operação com balão na Nova Zelândia em 1906, ou se a equipe havia captado notícias sobre o projeto de Arthur Zimmermann.

Mas o fato é que se conseguiu apoio da Divisão de Engenharia do Serviço Aéreo do Exército dos Estados Unidos, no Campo McCook, em Dayton (a 35 quilômetros de Troy).  McCook era um local de testes e aperfeiçoamento da aviação, onde o governo desenvolvia novas técnicas e tecnologias para o setor. Foi aí que entrou em cena o engenheiro Étienne Dormoy. Nascido em Vandoncourt, no oeste da França, ele graduou-se engenheiro em 1906 e trabalhou na fabricação de aeronaves em seu país, além de ter sido piloto da Força Aérea Francesa nos dois primeiros anos da Primeira Guerra Mundial.

Em 1917 Dormoy participou de uma missão francesa aos Estados Unidos, para ajudar o país na construção de aviões, dentro do esforço aliado de guerra. Terminado o conflito, na Europa em 1918, acabou ficando nos EUA e, em 1920, entrou para o Corpo Aéreo do Exército Norte-Americano indo trabalhar no Campo McCook. Com o desafio de preparar um sistema para uma pulverização agrícola por avião – o que era novidade no mundo até então, ele acabou desenhando e preparando um sistema movido a manivela, operada manualmente pelo passageiro do avião.

No caso, a aeronave designada – e para a qual o francês preparou o sistema – foi um biplano Curtiss JN-6 Super Jenny. Trata-se de uma versão atualizada de um dos mais famosos treinadores militares de sua época. O avião tinha velocidade máxima de 130 quilômetros por hora e velocidade de cruzeiro de 105 km/h. Já o piloto de testes John Macready, que também acompanhou os preparativos, estava no Exército desde 1917 (na época a Força Aérea dos EUA não existia). Formou-se piloto no mesmo ano e em foi designado para o Campo McCook.

Na manhã do dia 3 de agosto de 1921, Macready e Dormoy se deslocaram de avião até uma fazenda perto de Troy, onde o avião foi carregado e preparado para a missão. À tarde, eles decolaram para a primeira aplicação aérea da história, feita em cerca de 14 hectares de floresta comercial. Eles testaram passagens entre 2 metros e 7 metros acima das árvores. Nos dias seguintes, no acompanhamento dos resultados, os técnicos constataram que a técnica era eficiente contra a praga.

Uma curiosidade: o voo baixo estava longe da rotina de Macready, cuja principal missão era testar turbo-compressores em altas altitudes. Além de ter sido o primeiro piloto agrícola do mundo, ainda no mesmo mês John Macready estabeleceu um novo recorde de altitude para a época, chegando 34.509 pés. O que deu a ele o primeiro de seus três Troféus Mackay – concedido anualmente aos pilotos americanos por feitos inéditos na aviação. As outras duas vezes em que ele recebeu a distinção foi por estabelecer um recorde mundial de resistência de 35 horas, 18 minutos e 30 segundos em voo. Foi em 5 de outubro de 1922 e ele voou junto com o tenente Oakley G. Kelly.

O último troféu foi pelo primeiro voo sem escalas de costa a costa dos EUA, de Roosevelt Field, em Long Island (estado de Nova York), até Rockwell Field, em San Diego, Califórnia, com um tempo de 26 horas, 50 minutos e 48 segundos. O voo também estabeleceu um novo recorde de distância para um único voo de cross-country, 2.625 milhas.

John Macready única pessoa a ganhar três vezes o Troféus Mackay. Ele também participou da Segunda Guerra Mundial, já como coronel e no comando de grupos de aviação no front. Ele aposentou em 1948 e integra o Hall da Fama da Aviação dos EUA. O piloto faleceu em 1979, aos 92 anos. Já o engenheiro Étienne Dormoy faleceu em 1959, aos 74 anos.

PIONEIROS: Dormoy (de gravata) e Macready junto ao Curtis JN-6 Super Jenny…

 

… equipado com o sistema de pulverização desenhado pelo engenheiro francês para a primeira operação da aviação agrícola mundial

No Brasil, urgência contra os gafanhotos

Em nosso País, a primeira operação aeroagrícola foi em 19 de agosto de 1947, no município gaúcho de Pelotas. O gatilho foi o ataque de uma praga de gafanhotos impossível de ser combatida do solo. O deslocamento de nuvens de gafanhotos sempre foi comum na América do Sul, principalmente sobre o território argentino. Nesse caso, insetos do tipo Schistocerca cancellata, ou gafanhoto migratório, que é nativo do continente sul-americano.

Trata-se de um inseto que tem seu habitat na região de parques nacionais entre o sul Bolívia, norte argentino e oeste do Paraguai. Quando as nuvens de insetos se tornam muito numerosas e de deslocam quase sempre para o sul, ao sabor das correntes de ar quente. O problema é tão antigo que o Programa Nacional de Gafanhotos e Ticuras da Argentina já tem 130 anos de funcionamento.

De tempos em tempos, conforme o tamanho das nuvens e as condições climáticas, os gafanhotos acabam chegando até o Uruguai e o Brasil. Como ocorreu em 1946 e 1947, quando os insetos entraram nos dois países, respectivamente. E como vimos em julho 2020, quando isso quase ocorreu novamente, colocando as aviações agrícolas do Uruguai e Brasil em alerta. Mas, agosto de 47, os insetos chegaram às cidades da fronteira sul e região da Campanha gaúchas e o pedido de socorro dos agricultores chegou ao engenheiro agrônomo Leôncio de Andrade Fontelles, então chefe do Posto do Ministério da Agricultura em Pelotas. Ele, por sua vez entrou em contato com diretores de aeroclubes da região para que, com suas aeronaves, fizessem voos de reconhecimento para se conseguir a localização das nuvens e monitorar possíveis locais de desova dos gafanhotos em terra.

BIPLANO: Candiota no Muniz M-9 usado na primeira operação aeroagrícola realizada no Brasil…

… planejada em conjunto com o engenheiro agrônomo Leôncio Fontelles, que encomendou de um funileiro e operou, em voo, o equipamento de pulverização preparado especialmente para a missão

Ao mesmo tempo, tentava reunir agricultores e voluntários em grupos para tentar combater os insetos no chão (ou ao menos espantá-los), o que não estava dando certo. Com o avanço rápido dos insetos até Pelotas, o agrônomo conversou com o piloto Clóvis Gularte Candiota para preparar cogitando uma estratégia de combate pelo ar. Ao mesmo tempo, encomendou de um funileiro local uma espécie de polvilhadeira manual, adaptada conforme ilustrações que teria visto em publicações estrangeiras sobre operações aeroagrícolas. Segundo relatos sobre o equipamento (que se perdeu no tempo e que Candiota chamava de “geringonça”), o sistema possui um dosador tipo gaveta. A pressurização era por um funil que captava o ar no deslocamento da aeronave e o conduzia por um tubo de borracha ao interior do equipamento, que foi manuseado por Fontelles durante a operação.

Com tudo preparado no avião, na tarde do dia 19 de agosto de 1947, o alerta de uma nuvem de gafanhotos se aproximava da região do Areal (hoje bairro da cidade) fez a dupla decolar para a primeira operação. Logo após a aplicação, os dois pioneiros chegaram a pensar que a estratégia não havia funcionado. A tal ponto que já estavam esperando a zombaria de amigos e conhecidos. O que durou só até o dia seguinte, quando perceberam que os agricultores comemoravam a eliminação da praga. 

O fato foi narrado pelo próprio Candiota em 1971, quando revelou (possivelmente pela primeira vez em público) os detalhes do cenário da época e curiosidades sobre o primeiro voo agrícola do País. Foi durante a Primeira Reunião Anual dos Aplicadores Aéreos Brasileiros, ocorrida de 9 a 18 de julho daquele ano e promovida pelo Ministério da Agricultura, no Parque Anhembi, em São Paulo (reveja AQUI a matéria com seu discurso).

Após o sucesso da empreitada e com o pedido do próprio governo do Estado para que as operações continuassem, Candiota e Fontelles criaram a empresa Serviço Aéreo Nacional de Defesa Agrícola (Sanda), que operou até os anos 50 e atuou também contra outras pragas em lavouras. A empresa começou a operar com dois aviões Piper Cub J3, adquiridos em São Paulo. O sistema de pulverização improvisado, feita por um funileiro anônimo, deu lugar a equipamentos construídas pela empresa gaúcha Steigleder, com base em plantas vindas dos Estados Unidos.

EXPERIÊNCIA

Nascido em 16 de setembro de 1920 (o Sindag comemorou seu centenário no ano passado), Clóvis Candiota havia ingressado na aviação por influência da campanha Dê Asas para o Brasil, idealizada no Rio de Janeiro pelo jornalista Assis Chateaubriand. Iniciativa que, a partir de 1940, buscou patrocinadores e promoveu a doação de aviões a mais de 800 aeroclubes pelo País (alguns fundados a partir de então e outros já existentes). Entre eles, o de Pelotas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Candiota pilotou na Patrulha Aérea de Vigilância da Costa, vigiando a barra de Rio Grande contra a possível presença de submarinos alemães. Assim, quando houve o episódio dos gafanhotos em 1947, ele já era o mais experiente piloto da região.

No final dos anos 50, Fontelles foi para o Rio de Janeiro e Candiota trocou a aviação pelo comércio e ações sociais. Clóvis Candiota faleceu em abril de 1976 e, em abril de 1989, tornou-se Patrono da Aviação Agrícola. Isso pelo Decreto-Lei 97.699, que também oficializou o 19 de agosto como Dia Nacional da Aviação Agrícola.

 

LINHA DO TEMPO

1906

O agricultor John Clervaux Chaytor realiza a primeira operação aérea em agricultura, na Nova Zelândia. Ele tinha 70 anos quando usou um balão de ar quente para semear arroz em uma fazenda no Vale do Rio Wiarau, em Spouth Island.

Alfred Zimmermann

1911

Em 29 de março, o inspetor florestal (Oberförster) alemão Alfred Zimmermann dá entrada no Escritório Imperial de Patentes (Kaiserliches Patentamt), em Berlim, a um pedido de registro de projeto para o uso de aviação no combate a pragas em florestas de pinheiros. A patente é concedida em maio do ano seguinte. Em 1913 ele chega a se preparar testes com dirigíveis, mas tudo é interrompido pela Primeira Guerra Mundial, que eclode em 1914 e arrasa a economia alemã.  Mesmo assim, Zimmermann é considerado o Pai da Aviação Agrícola.

 

 

1921 

A primeira operação de aviação agrícola é realizada no Estado de Ohio, nos Estados Unidos, para o combate a lagartas de mariposa esfinge em uma floresta comercial de catalpa. O piloto foi o então tenente John Arthur Macready, de 33 anos, da Aviação do Exército dos EUA. Ele estava acompanhado do engenheiro francês Etienne Dormoy (36), que criou e operou o aparelho pulverizador (movido a manivela) acoplado na lateral da fuselagem do avião. O experimento integrou uma pesquisa do Departamento de Agricultura de Ohio e Divisão de Engenharia do Serviço Aéreo do Exército dos EUA.

1924

Fundada em Macon, Estado norte-americano da Georgia, a Huff Daland Dusters Inc, considerada a primeira empresa de aviação agrícola do mundo.  Ela operou em 10 Estados em seu país, além de Peru e Mexico. Em 1928 a Huff Daland mudou o nome para Delta Air Service e, no ano seguinte, começou a atuar também em linhas aéreas. Em 1966 ela dedicar de lado o trabalho agrícola para se dedicar ao transporte de passageiros, com sede em Atlanta. Hoje se chama Delta Airlines e é uma das maiores do mundo no setor.

 

 

Ocorre em Mound, na Louisiana, a primeira operação aeroagrícola contra mosquitos, A experiência foi realizada pelo Departamento de Agricultura na aplicação de larvicidas nos lagos da região. A operação ficou cargo da Huff Daland Dusters. Na mesma década foram realizados testes contra mosquitos pela Aviação do Exército, também para a USDA, em Tallulah, no mesmo Estado.

 

1925

Uma operação contra gafanhotos na Ucrânia marcou, em 26 de junho, o início da aviação agrícola na antiga União Soviética. Foi com um biplano Konek-Gorbunock, com o piloto Alexander Tikhonovich Berbeka, junto com uma equipe de 13 pessoas, entre especialistas em insetos, mecânicos e até um médico

 

Começa a aviação agrícola na Alemanha, no combate a pragas em pinheiros. Foi em 22 de maio, com um avião Foker F-III. Três anos mais tarde, o país tinha 70 aviões em operação, entre diversos modelos adaptados

1926

Em 12 de setembro ocorre a primeira operação aeroagrícola na Argentina, para o combate a nuvens de gafanhotos. O piloto espanhol Marcelino Viscarret fez o primeiro voo, em um avião SAML, com motor Fiat 100hp, com um tanque adaptado no assento frontal e descarga ventral.

 

1927

Primeira operação aeroagrícola no Canadá, em 18 de junho, para combate a lagartas em pinheiros na Ilha Cape Breton, na Nova Escócia. Com um hidroavião Keystone, de fabricação norte-americana

1936

No ranking mundial da época, as quatro maiores frotas aeroagrícolas do mundo eram, respectivamente, as da União Soviética, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha.

1939

O piloto do Ministério de Obras Públicas da Nova Zelândia, Alan Pritchard, começa a desenvolver a técnica de aplicação de sólidos em lavouras. Aplicando sementes e fertilizantes ao mesmo tempo. Em 1943 a pesquisa se tornou oficial

 

Anos 1940

O Serviço Florestal da Carolina do Norte (NCFS) nos Estados Unidos implanta mais antigo programa anti incêndios em operação com aviões agrícolas nos Estados Unidos. Os chamados single engine air tankers (SEATs) formam hoje a força de primeira resposta a incêndios florestais.

 

1941

Nasce a aviação agrícola do Uruguai, para o combate a nuvens de gafanhotos. O setor surge a partir de uma campanha do Departamento de Aviação Civil requisitando pilotos e instrutores de aeroclubes para o Serviços de Luta Contra os Gafanhotos. Os combates ocorriam principalmente na divisa com a Argentina, embora a praga tenha avançado sobre dois terços do país. Em 1947, o Ministério da Agricultura local adquire aviões agrícolas e faz uma nova convocação em busca de pilotos

 

1944

Ocorre a primeira operação aerogrícola na Índia, contra nuvens de gafanhotos. Em 1951 e 1953 o governo local recebeu ajuda dos EUA com empréstimo de três aviões Piper Cub e pilotos para fomentar o setor. Em 1972 o país projetou seu próprio avião, o HA-31 Mk11 Basant (foto), produzindo entre 1972 e 1983

 

1945

Ocorrem os primeiros testes no mundo para o uso de helicópteros em aplicações aéreas. Sob orientação do pesquisador austríaco Walter Eugene Ripper, uma das maiores autoridades na época no controle de pragas., Ele se radicou nos EUA e requereu em 1947 a patente de um sistema de pulverização para asas rotativas (foto).

 

1946

Aos 23 anos, a uruguaia Mirta Vanni Barbot, hoje com 96 anos, se torna a primeira mulher piloto agrícola no mundo, ao ingressar na campanha de combate ao gafanhoto em seu país. Pilotando desde 1941 e tendo conseguido sua licença de piloto comercial em 1943 (também a primeira mulher a conquistar isso no Uruguai), ela ingressou no Ministério da Agricultura em 1946, atendendo a um pedido de pilotos para combater gafanhotos. Pouco depois, ela também passou a coordenar o serviço aeroagrícola em seu país, que na época era estatal. Mirta também buscou conhecimento em outros países, treinou pilotos e foi aos Estados Unidos (Air Tractor) e Brasil (Embraer) buscar aviões agrícolas para o Uruguai. Em 1959, ela se destacou ao pilotar em voos de resgate e transporte de equipes médicas em uma das piores enchentes da história do país. Ela comandou o setor aeroagrícola até 1985, quando deixou o Ministério da Agricultura, com mais de 7 mil horas de voo. Em 2018, ela foi entrevistada pela revista Aviação Agrícola, do Ibravag (reveja AQUI)

1947

A primeira operação aeroagrícola no Brasil ocorre em 19 de agosto, no município gaúcho de Pelotas, no Rio Grande do Sul, para o combate a uma nuvem de gafanhotos. O piloto Clóvis Gularte Candiota, então com 26 anos, e o engenheiro agrônomo Leôncio de Andrade Fontelles, chefe do Posto de Defesa Agrícola local, do Ministério da Agricultura, operaram um sistema improvisado de pulverização, acoplado a um biplano Muniz M-9, do Aeroclube de Pelotas. Com o sucesso da operação e a pedido do próprio governo gaúcho, eles fundaram em seguida a Serviço Aéreo Nacional de Defesa Agrícola (Sanda). A empresa começou atuar contra pragas em diversos tipos de lavouras e durou até meado dos anos 50.

Surge a aviação agrícola da Austrália, usando Biplanos De Havilland (DH) 82Tiger Moths da Real Força Aérea do País. O assento da frente deu lugar a um hopper de 125 litros de líquido ou 150 de produtos sólidos.

 

A Bell Helicorpters homologa o Bell 47B-3, que foi o primeiro aparelho sede asas rotativas projeto de fábrica para o trabalho aeroagrícola. O modelo tinha cabine aberta e dois compartimentos laterais atrás do piloto, com capacidade para 180 quilos. O aparelho foi uma variante do Bell-47, que por sua vez foi o primeiro helicóptero comercial homologado no mundo, no ano anterior.

 

 

Ocorre a primeira operação aeroagrícola com helicóptero no Canadá, na Colúmbia Britanica. Foi a cargo do piloto Carlyle Clare Agar, que no ano seguinte fundou a Okanagan Air Service. Instrutor de voo, Hagar desenvolveu várias técnicas ainda hoje usadas para aterrissagem e decolagem em áreas elevadas.

1948

Aos 38 anos, Ada Leda Rogato se torna a primeira mulher piloto agrícola do Brasil (e a segunda ano mundo). Foi durante as operações para o combate à broca-de-café, em São Paulo. Filha de um casal de imigrantes italianos, havia sido a primeira mulher a obter licença como paraquedista, a primeira volovelista (piloto de planador) e a terceira a se brevetar em avião, em 1935. Seus outros feitos também incluem ter sido a primeira piloto brasileira a atravessar os Andes (fez isso 11 vezes); única aviadora do mundo, até 1951, a cobrir uma extensão de 51 064 km em voo solitário pelas três Américas, chegando até o Alasca (veja AQUI); primeira piloto, homem ou mulher, a cruzar a selva amazônica em um pequeno avião, sem rádio, em voo solitário, apenas com uma bússola, em 1956. Ada também foi primeira aviadora a chegar sozinha à Terra do Fogo e foi a primeira mulher no mundo a saltar de paraquedas de um helicóptero. Isso entre vários outros feitos.

Nasce a aviação agrícola da Turquia, em operações contra mosquitos. A Liga Aérea Turca (FHKL) converteu dois aviões M-14 Magister ingleses para aplicação de inseticida. O lugar do assento da frente foi convertido em um tanque e uma bomba eólica em cada asa. Foi para combater o Anopheles sacharovi, que causava malária.

1949

Margaret Clarke se torna a primeira mulher piloto agrícola na Austrália. Na época ele recebia salário como trabalhadora não-qualificada, já que as leis do país não previam salário para mulheres em profissões especializadas. No final dos anos 1950 ela se mudou para a nova Zelândia, onde seguiu na mesma atividade.

Apenas dois anos depois da criação do País, Israel inicia sua aviação agrícola, com a empresa Comaoir, que nasceu com capital holandês e funcionou até 1981, quando fechou por problemas financeiros. Ela foi a maior empresa israelense do setor, chegando a ter mais de 200 funcionários, além de 50 pilotos

 

 

Anos 1950

O governo da Nova Zelândia converteu dois cargueiros Bristol Freighters para aplicação de fertilizantes. Cada um com capacidade de seis toneladas, para operações com subsídios do governo em regiões produtivas. Porém, quando os aviões finalmente ficaram prontos, a iniciativa privada já tinha suprido a demanda com biplanos Tiger Moths – que eram um excedente militar barato na época.

 

1950

Surge o primeiro avião no mundo projetado especialmente para operações aeroagrícolas. Trata-se do modelo AG-1, da Texas A&M University, projetado pelo pioneiro Fred Weick. O aparelho incorporou conceitos ainda hoje presentes nos projetos aeroagrícolas, como posição elevada do piloto atrás da carga e a fuselagem inclinada para baixo no nariz (para melhor visualização do voo a baixa altitude). O protótipo voou pela primeira vez em dezembro daquele ano e, em 1958, deu origem ao Piper PA-25 Pawnee. A família Pawnee, que em 1969 ganhou o PA-36 Brave, foi fabricada até 1981, com quase 5,4 mil aparelhos entregues no mundo todo e 170 deles ainda voando no Brasil (segundo último levantamento de frota do Sindag).

O Ministério da Agricultura formou uma frota aeroagrícola própria dentro da Junta Executiva de Combate à Broca-do-Café que importou 30 aviões Piper PA-25 Pawnee e cinco helicópteros Bell adaptados para voo agrícola. Um dos pilotos o lendário Deodoro Ribas, que mais tarde viria a ser instrutor chefe dos Cursos de Piloto Agrícola da Fazenda Ipanema (onde o Ministério formava pilotos e técnicos para o setor até 1991)

1951

0 Inicia a aviação agrícola na Costa Rica, com o empresário Francisco Vanolli, com um biplano Boeing PT-17 Stearman. Ele foi o primeiro piloto fundou a Servicio Aéreo de Fumigaciones Vanolli. Na época, como até hoje, as principais lavouras atendidas pelo setor são de frutas tropicais.

1955

Os Estados Unidos lançam um programa de uso de aviões agrícolas no combate a incêndios Florestais, com biplanos Stearmann 75

1956

Em 7 de julho começa a operar na Mongólia a Monnis Air Service Company, que foi a primeira empresa aérea do país e que, além do transporte de passageiros, atendia também os produtores no trato de lavouras, com aeronaves Antonov AN-2

1958

É criado na Inglaterra o Centro Europeu de Aviação Agrícola (EACC, na sigla em inglês), com 18 países membros. Em 1960 tornou-se Centro Internacional de Aviação Agrícola (IAAC), que chegou a reunir 26 países e foi extinta 1975

1959

O Ministério da Agricultura cria a Patrulha Aérea Fitossanitária, que passou a atuar em todos os Estados, a partir da compra de cinco aviões Piper PA-25 Pawnee.

A aviação agrícola da Hungria nasce em 1º de fevereiro, com a criação, pelo governo, do Serviço de Controle Aéreo de Pragas (Repülögépes Növényédö Állomás). O início foi com aeronaves biplano Polikarpov Po-2 soviéticas (foto) e o serviço funcionou por 30 anos, até o final do regime comunista no país. Em 1990, a função passou para empresas privadas. O antigo serviço tinha sede no aeródromo de Budaörs, em Budapeste.

 

 

Década de 1960

No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Agricultura do Estado retomou o serviço aeroagrícola no Estado, depois que a empresa fundada por Candiota e Fontelles encerrou as atividades nos anos 1950. Para isso, o governo gaúcho contou com aviões Piper PA-18 e Dornier adaptados e depois adquiriu aparelhos Cessna AgWagon (A188)

1960

A Cooperativa dos Bananicultores do Estado de São Paulo importa dos Estados Unidos o primeiro avião originalmente agrícola a operar no País – um Piper Pawnee PA-25. A chegada, na Base Aérea de Santos, teve direito a discurso de autoridades e corte da fita inaugural

 

 

1962

No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Agricultura do Estado retomou o serviço aeroagrícola no Estado, depois que a empresa fundada por Candiota e Fontelles encerrou as atividades nos anos 1950. Para isso, o governo gaúcho contou com aviões Piper PA-18 e Dornier adaptados e depois adquiriu aparelhos Cessna AgWagon (A188)

Israel pede ajuda aos Estados Unidos para formar instrutores de aviação agrícola e corrigir falhas na formação de pilotos do Estado judeu. A Escola de Aviação da Universidade de Ohio recebeu três pilotos dentro do programa de cooperação.

1965

O Ministério da Agricultura cria o Curso de Aviação Agrícola (Cavag), para a formação de pilotos para o trabalho em lavouras. Foi pelo Decreto nº 56.854, de 27 de julho daquele ano. Resultado do trabalho da então recém-criada Divisão de Aviação Agrícola (DIAV), sob a batuta do então major Marialdo Rodrigues Moreira. Ele ficou no setor até 1971. O primeiro Cavag ocorreu em 1967, habilitando aos primeiros 10 pilotos agrícolas no País com curso específico (que passou a ser obrigatório para exercer a profissão). Os cursos ocorriam na Fazenda Ipanema, onde funcionava o Centro Nacional de Engenharia Agrícola (Cenea). Era um local onde o Ministério testava de desenvolvia tecnologias agrícolas e formava técnicos. Para os pilotos, era a academia de voo que lhes garantia a especialização para o campo. A fazenda Ipanema preparava também técnicos agrícolas e agrônomos para as operações aéreas, como executores e coordenadores. O local funcionou até 1991, quando foi desativado e os cursos foram para a iniciativa privada, por delegação do Mapa.

Hoje, a formação de pilotos agrícola está a cargo de seis escolas no País: duas no RS (em Cachoeira do Sul e Carazinho), uma no Paraná (em Ponta Grossa), e três em São Paulo – em Ibitinga, Itápolis e Monte-Mor (esta última para pilotos de helicópteros).

1967

Na Austrália, ocorre a primeira operação de combate a incêndios florestal com aviação agrícola do país atuando em coordenação com equipes em solo e usando retardantes contra as chamas. A ação correu em 6 de fevereiro em Benambra, Estado de Victória, no sudeste do País. A missão coube à empresa Alpine Aviation (hoje Alpine Airwork), com os pilotos Bem Buckley e Bobo Landsburyr, utilizando aeronaves Piper Pawnee.

1969

O governo federal publica o Decreto-Lei 917/69, que regulamentou o setor. Também com a ajuda do major Marialdo Moreira (foto). O dispositivo marca a certidão de batismo do setor aeroagrícola brasileiro e foi regulamentado em 1981, pelo Decreto 86.765, publicado em outubro.

 

1968

Desse ano até 1981, o governo gaúcho teve um serviço próprio de aviação agrícola, para atender produtores e ajudar a desenvolver o setor. A Patrulha Aérea de Defesa Fitossanitária (PAFIT) era vinculada à Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura e tinha como missão pesquisas sobre o setor e treinamento para qualificar e incentivar as empresas privadas

1969

Em novembro é fundada a Aero Agrícola Caiçara, em Santos/SP. Trata-se da mais antiga empresa de aviação agrícola em operação no Brasil. Ela é derivada da Sociedade Agrícola Mambú Ltda, que tinha lavouras de banana em Itanhaém. Em 1954 a Mambú enviou seus diretores à Costa Rica (foto), para aprender sobre o uso da aviação no combate à sigatoka.

Anos 1970

A Aviação Agrícola e Sanitária Ltda (Agrosan) foi a primeira empresa aeroagrícola do País a operar apenas com helicópteros. Fundada pelo então coronel-aviador da reserva Marialdo Moreira. Ela operava com dois helicópteros Hughes 269C

1972

Em fevereiro a Embraer entrega o primeiro avião Ipanema ao mercado brasileiro. O aparelho prefixo PT-GBA foi para a empresa Corsário de Aviação S/A, que tinha sede no Campo de Marte, em São Paulo. Em novembro do mesmo ano a empresa já entregava o centésimo avião, projetado em 1969 e que teve seu primeiro voo em 1970. Hoje em sua sétima geração, o Ipanema sai de fábrica movido a etanol desde 2004 e já tem quase 1,4 mil exemplares entregues, dominado 55,6 % do mercado.

 

Leland Snow funda a Air TRactor, que se torna mais tarde a maior fabricante mundial de aviões agrícolas. Snow projetou seu primeiro avião em 1951, aos 21 anos. Ele criou ainda a série S-2, construída em uma fábrica própria, vendida em 1965 para a Rockwell-Standard (antecessora da Thrush Aircraft) onde atuou como vice-presidente até 1970.

 

 

1975

A Tailândia criou seu departamento de aviação agrícola. O Department of Royal Rainmaking Agricultural Aviation. Mas lá a missão é semear nuvens e fazer chover sobre os reservatórios de água do país – mantendo um projeto que iniciou nos anos 50.

 

O Brasil tem sua primeira e única (e bem-sucedida) operação no combate a mosquitos, para eliminar um surto de encefalite que ocorria na Baixada Santista, em São Paulo. Entre março e junho daquele ano, Mongaguá, Peruíbe e Itanhaém registraram 495 casos da doença – para uma população, na época, de cerca de 30 mil habitantes nos três municípios. A iniciativa partiu da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e teve apoio da Embraer e do Ministério da Agricultura, que entraram com dois aviões, ambos com suas equipes – um da fabricante o outro da antiga Fazenda Ipanema, mantida pelo Ministério para pesquisa e treinamento de pilotos e técnicos).

 

 

1977

A NASA lançou um estudo sobre o papel da tecnologia aeroespacial na agricultura, enfatizando a aviação agrícola. O documento já levava em conta o desafio de produzir alimentos para uma demanda crescente da população e traçou um paralelo entre o potencial das aplicações aéreas e o monitoramento a partir de satélites.

 

 

1978

A China inicia o projeto de criação de um cinturão verde de 4,5 mil quilômetros entre o norte e o noroeste do país, para deter o avanço do Deserto de Gobi, na divisa com a Mongólia e que ocupa mais de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. A construção da Grande Muralha Verde, como é conhecida a iniciativa, usa aviões para semear árvores em grandes áreas, além do pagamento agricultores que também reflorestarem

 

1987

A japonesa Yamaha lança o primeiro helicóptero agrícola não-tripulado do mundo. Trata-se do RMAX, pesando 141 quilos e transportando 61 quilos de carga. Responsável por mais de 40% das pulverizações nossa arrozais do país. Voa também nos EUA, Austrália e Coreia do Sul

 

1994

Ocorre a primeira operação de combate a incêndio em vegetação no Rio Grande do Sul. Foi na Reserva Ecológica do Taim, pelas empresas Mirim Aviação Agrícola e Patruaar Serviços Aéreos Agrícolas. No mesmo ano a empresa Taim Aviação Agrícola também combate chamas no local, a pedido do Ibama. Em 2013, a Taim voltaria a combater chamas na reserva, junto com a Pla & Silva Aviação Agrícola, de Santa Vitória do Palmar

1995

A primeira operação aeroagrícola usando DGPS, em Pedro Osório/RS. Hoje, o equipamento está presente em 100% da frota

 

 

2004

A imprensa israelense fez trocadilho bíblico com uma praga de gafanhotos vinda do Egito. Foi quando o Estado judeu teve que apelar para que o Egito eliminasse em seu território as nuvens de gafanhotos que cruzavam o Oriente Médio em direção a Israel. A revista Israel Today chamou a praga de A vingança do Faraó, numa alusão à passagem do livro do Êxodo, no Antigo Testamento, quando o soberano egípcio pediu ao judeu Moisés livrar seu reino dos insetos. O problema foi combatido com operações aeroagrícolas dos dois países.

2006

O Iraque e a coalizão militar que invadiu o país três anos antes realizaram operações para salvar a produção de tâmaras do país. A maior parte da aviação agrícola iraquiana havia sido destruída durante a operação Iraqi Freedom e as aeronaves remanescentes permaneceram impedidas de voar desde então. As tamareiras ficaram sem proteção até 2005, quando se mobilizou uma ação multinacional para salvar 77 mil hectares da cultura, da qual o país já foi o segundo maior produtor mundial. Quatro anos depois, o governo iraquiano comprou sete helicópteros franceses para refazer sua aviação agrícola. Os aparelhos foram entregues em 2011, para anteder os produtores de tâmaras.

2008

O Sindag firma parceria com a Embrapa para pesquisas de tecnologias aeroagrícolas, visando a melhoria contínua da segurança operacional e eficiência em campo. Por conta dessa parceria, as duas entidades iniciaram, em 2013, a maior pesquisa até hoje realizada no País sobre técnicas e tecnologias para o trato de lavouras.

2013

A aviação agrícola vai para os desenhos animados, com o personagem Dusty, dos Estúdios Disney

 

 

Nasce o programa Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS), primeiro (e até agora único) selo independente de qualidade ambiental da aviação agrícola brasileira. A iniciativa tem apoio do Sindag e é administrada pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf). A coordenação está a cargo de três universidades públicas: as Federais mineiras de Lavras (UFLa) e de Uberlândia (UFU) e a Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) Campus Botucatu.

2016

O Sindag se torna signatário do Pacto Global da ONU

A Rússia começa a estruturar uma Associação de Aviação Agrícola, com apoio do Fundo de Assistência para o Desenvolvimento da Agricultura do país. Isso para unir operadores e buscar soluções para uma série de problemas, entre eles a substituição dos velhos Antonov NA-2 e o combate dos operadores ilegais, os chamados chernoflazhnikov (bandeiras negras, numa alusão aos piratas).

 

O Sindag firma parceria de aproximação com a Associação Nacional de Aviação Agrícola dos EUA (NAAA, na sigla em inglês). Por cinco anos, as duas entidades trocariam informações e mandariam representantes uma no congresso aeroagrícola promovida pela outra.

 

 

2017

O Sindag se torna a primeira entidade aeroagrícola do mundo que associa empresas de drones. No caso, a primeira associada foi a SkyDrones Tecnologias Aviônicas, de Porto Alegre/RS

 

2018

É criado o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag), para congregar as empresas, instituições e profissionais ligados ao setor aeroagrícola. Complementando as ações do Sindag que, por força legal, só pode associar empresas de aviação agrícola. Entre as atribuições do Ibravag, estão ações educacionais, treinamento de pessoal, incentivo à pesquisa e memória do setor aeroagrícola, entre outras. No mesmo ano o Instituto lança a revista Aviação Agrícola.

 

2019

O Sindag inicia o projeto Congresso Científico da Aviação Agrícola, que incentiva pesquisas acadêmicas sobre aviação agrícola, para avaliar e aprimorar o setor e gerando tecnologia ou novas técnicas. De preferência, que possam ter aplicação imediata em campo.

2020

A frota aeroagrícola brasileira tem crescimento de 3,16%, chegando a 2021 com 2.352 aeronaves agrícolas. Segue a segunda maior frota do Mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Em julho, nuvens de gafanhotos se deslocando pela Argentina colocam em alerta a frota aeroagrícola do Sul do Brasil. O Sindag contribui na elaboração de um Plano Nacional contra a praga e mantém uma articulação com entidades aeroagrícolas da Argentina e Uruguai. Além dom apoio e troca de informações com entidades estaduais. Os insetos acabam eliminados na Argentina, antes de cruzarem as fronteiras uruguaia e brasileira.

Nesse ano, a aviação agrícola brasileira ganhou especial destaque também no combate às chamas no Pantanal e em outras reservas no Cerrado Nordestino e Amazônia Legal. Além de lavouras e áreas nativas no Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil. No total, foram quase 11 milhões de litros de água lançados contra as chamas.

 

 

 

2021

No Brasil, o setor termina o primeiro semestre já com expectativa de crescimento de 4%, devido à alta demanda mundial de alimentos e commodities agrícolas

Pelo segundo ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o Sindag realiza o Congresso da Aviação Agrícola do Brasil via web. Só que desta vez em uma nova plataforma digital, que reuniu cerca de 4 mil pessoas em mais de 50 salas virtuais funcionando em três dias, com mais de 100 palestras e debates.  O que aumentou muito as expectativas para a edição do evento em 2022, que promete ser presencial (em Sertãozinho/SP), mas aproveitando as ferramentas virtuais para seguir aproximando novos palestrantes de peso e o público que não pode se deslocar. Confira AQUI

 

CONFIRA AS ATUAIS FROTAS AEROAGRÍCOLAS DE ALGUNS PAÍSES

EUA – 3,6 mil aeronaves

Brasil – 2.352 aeronaves

Argentina – 1,3 mil aeronaves

Uruguai – 135 aeronaves – 55 empresas (69)

México – 2 mil aeronaves

Nova Zelândia – 306 aeronaves (116 aviões e 190 helicópteros)

Austrália – 300 aeronaves agrícolas e cerca de 130 operadores

China – 500 aviões e 100 mil drones

Cuba – 160 aeronaves agrícolas, a maioria modelos Antonov NA-2 ou PZL m-18. Todos operado pela estatal Empresa Nacional de Serviços Aéreos (ENSA)

Espanha – 259 aeronaves agrícolas

Guiana – 2 aviões agrícolas (pertencentes à Guyana Sugar Corporation (Guysuco), criada em 1976 a partir da estatização de duas empresas privadas de açúcar – São dois Thrush Commander, que tratam cana e arroz.

Suriname – 26 aeronaves (25 aviões e 1 helicóptero)

Peru – 5 aviões agrícola

Belize – 15 aviões agrícolas

Bulgária – 55 aviões, divididos entre 20 empresas

República Dominicana – 20 aeronaves e 10 empresas

Croácia – 40 aviões agrícolas

África do Sul – cerca de 100 aviões agrícolas

Paraguai – 60 aviões, em 5 empresas operando Piper PA-36, Cessna 188, Thrush 510 e Air TRactor

Filipinas – 7 empresas aeroagrícolas, atuando principalmente em lavouras de banana, da qual o país é um dos maiores produtores mundiais

Nigéria – 2 aviões agrícolas

 

 

 

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