4 de dezembro de 2024
NOTA OFICIAL – Sobre relatório da Pastoral da Terra
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) ressalta a necessidade de critério na análise do relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado pela agência europeia Deutsche Welle e repercutida nesta semana na imprensa brasileira. O documento é sobre conflitos no campo brasileiro…
… onde faz uma abordagem também sobre uso de agrotóxicos.
Neste quesito específico, menciona um aumento de 19 para 182 ocorrências de contaminação entre 2023 e 2024, porém, atribuindo a maioria dos casos às “pulverizações aéreas de veneno”, principalmente no Estado do Maranhão. Isso sem nenhum dado apresentado que realmente permita fazer essa relação causa/consequência. Ou ao menos uma metodologia que permita relacionar a ferramenta aos casos de contaminação. Ou sequer dados sobre denúncia oficial e uma investigação sobre esses casos – tendo em vista que a aviação é a única ferramenta de aplicação com regulamentação específica e facilmente fiscalizável.
Uma atitude que já provocou equívocos semelhantes no passado recente, quando, em 2021, uma suposta contaminação por agrotóxicos foi atribuída a aplicações aéreas na zona rural do município de Buriti – inclusive com a imprensa mostrando crianças com irritações na pele e pessoas reclamando do cheiro do produto. Onde a investigação policial sobre o caso constatou, no relatório de mais de um ano de depoimentos e análises técnicas, que não havia ocorrido aplicações aéreas próximas à comunidade (apenas terrestres). Além do fato de que as irritações de pele relatadas pelos moradores foram comprovadas pelos agentes de saúde enviados ao local como sendo um surto de escabiose.
Na ocasião, como agora, o Sindag chamou a atenção para a necessidade de investigação aprofundada e clara sobre qualquer situação de possível contaminação por agrotóxicos. Ou mesmo qualquer risco para as pessoas e o meio ambiente. Justamente para que o prejulgamento não se sobreponha aos critérios técnicos. E assim uma abordagem rasa possa aprofundar o problema ao invés de se chegar a uma solução – além de alimentar o preconceito contra profissionais do setor e suas famílias.
É importante salientar que os riscos inerentes à utilização de insumos nas lavouras são os mesmos, independente da ferramenta utilizada para sua aplicação. Inclusive o de deriva, quando o produto aplicado se desvia do alvo pela não observação dos parâmetros de velocidade do vento, umidade relativa do ar e temperatura ambiente.
Ao passo que aviação agrícola é a única ferramenta para o trato de lavouras com regulamentação específica e ampla. Que exigem desde formação específica e responsabilidade técnica de quase todos os envolvidos nas operações em campo (do piloto ao pessoal de solo), até registro completo e auditável de todas as aplicações – inclusive com mapa eletrônico de cada voo. Tudo obrigatoriamente ao alcance de todos os órgãos de fiscalização e com cópias enviadas ao Ministério da Agricultura.
Além disso, o uso da aviação nas lavouras se dá justamente por sua capacidade de produtividade com economia de insumos (que chegam a representar até um terço dos custos de produção). Com a característica ainda de que o avião é visto e ouvido de longe – literalmente, a quilômetros de distância. E por isso, ironicamente sofre preconceitos por sua própria transparência.
Destacamos que o foco do Sindag tem sido o desenvolvimento contínuo do setor, promovendo seu apuro técnico com acesso a tecnologias de ponta em agricultura de precisão. Incentivando ainda o aprimoramento contínuo de seu pessoal – inclusive dos pontos de ética e transparência com a comunidade. Assim como a entidade mantém contato e parcerias com órgãos reguladores a fim de garantir que não haja espaço no mercado para quem não trabalha com ética e dentro da legalidade.
Focando também na transparência e diálogo com a sociedade.
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