5 de dezembro de 2022

Técnicos gaúchos têm treinamento sobre gafanhotos na Argentina

Ação foi promovida pela Senasa, com participantes de seis países e abrangeu desde o monitoramento até o combate a nuvens de insetos com aplicações aéreas e terrestres

Agentes da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do rio Grande do Sul (Seapdr) encerraram na última semana um treinamento na Argentina sobre monitoramento e controle de nuvens de gafanhotos. As aulas foram promovidas pelo Serviço Nacional de Sanidade Agroalimentar e Qualidade do país vizinho (Senasa), com apoio do Comitê de Sanidade Vegetal do Mercosul (Cosave).

O treinamento de quase um mês abrangeu desde a biologia dos insetos e sua dinâmica até ações de vigilância e controle das nuvens de gafanhotos. Para isso, o Senasa contou com a ajuda também da Federação das Câmaras Agroaéreas da Argentina (Fearca), Câmara de Sanidade Agropecuária e Fertilizantes do país (Casafe) e Grupo APC (de consultoria, insumos e equipamentos). Neste caso, abordando estratégias de aplicações aéreas e terrestres até a calibração de equipamentos e avaliação da qualidade das aplicações.

Para o coordenador do Programa de Gafanhotos do Senasa, Hector Medina, o treinamento ocorreu em um momento importante, já que atualmente não há incidência de pragas de gafanhotos na Argentina. “Este é o momento de nos preparar para lidarmos com emergências futuras”, completou. Já a especialista em proteção vegetal do Senasa e integrante da coordenação do Cosave Melisa Nedilskyj destacou o entrosamento entre os profissionais dos seis países participantes. “Foi gerado um vínculo importante para se atuar de forma rápida e articulada.”

Para o diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV) da Seapdr, Ricardo Felicetti, a iniciativa é fundamental para que o Estado esteja preparada para agir em caso de ocorrência envolvendo gafanhotos migratórios na fronteira gaúcha. Para isso, o órgão enviou para o treinamento os fiscais estaduais Juliano Goulart Ritter (de Itaqui) e André Ebone (de Horizontina).

HISTÓRICO

Lembrando que grandes nuvens de gafanhotos são fenômenos históricos na América do Sul. Iniciando-se principalmente na tríplice fronteira entre Colômbia, Argentina e Paraguai e se deslocando pela Argentina. Em alguns casos chegando até a fronteira com Uruguai e Brasil. Como em junho de 2020, quando a aproximação de uma grande nuvem de insetos a pouco mais de 100 quilômetros da fronteira gaúcha colocou Rio Grande Do Sul e Santa Catarina em emergência fitossanitária pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Ao mesmo tempo, o Sindag e suas associadas disponibilizaram aeronaves agrícolas para o combate aos insetos, caso cruzassem a fronteira. Respeitando, além da Portaria do Mapa (nº 208/20) com diretrizes de combate à praga, o Plano de Emergência para Supressão e Controle de Gafanhotos no Estado, editado pelo governo gaúcho. Lembrando que a própria aviação agrícola brasileira nasceu a partir do combate a uma grande nuvem de gafanhotos que atacou o sul do Estado em 1947, depois de cruzar a Argentina e o Uruguai. Além disso, a aviação agrícola também integra as estratégias da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Fao) para combate a gafanhotos na África.    

FEARCA: programação teve apoio da entidade aeroagrícola argentina – Foto: Juliano Ritter e André Ebone/Seapdr

INTERCÂMBIO: programação na Aergentina teve a participação de técnicos de seis países

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